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Enviada em: 03/08/2018

Normalizar o casamento infantil e a gravidade desse problema    O conceito de pedofilia, e sua criminalização, pode ser atribuído à uma desconstrução de ideias que foram penduradas em séculos anteriores ao XXI. Pode-se dizer que é nova a noção de que crianças são inocentes o suficiente para consentir, seja uma relação sexual, um casamento, etc; devido a sua formação, sua maturidade, que no início da vida, ainda está em desenvolvimento. Apesar dessa noção já ter a sua repercussão, os índices de incidência de casamento infantil são grandes em várias regiões do mundo, inclusive no Brasil. Certamente, é um fator que alarma uma circunstância preocupante ao normalizar o matrimônio com um indivíduo incapacitado e ocultar um problema ideológico de um adulto que deseja esse matrimônio.    Primeiramente, a infância e a adolescência tem um papel excepcional na formação do indivíduo, são as fases em que ele frequenta a escola, expõe-se às informações das mais variadas naturezas, obtidas em classe até às obtidas em convivência com os colegas. É indispensável dizer que a escola é de extrema importância e que contribui de um modo para a formação individual que dificilmente outros âmbitos contribuiriam. Eventualmente, uma criança ao assumir uma função de cônjuge, ela assume responsabilidades que não deveria, quando, sua única responsabilidade nessa fase, deveria ser ir à escola. Consequentemente, essas crianças perdem a instrução que ganhariam indo à escola, o que dificultará o seu ingresso à um mercado de trabalho.    Ademais, no Brasil, os maiores casos de casamento infantil envolvem homens adultos e meninas. Assim como nos séculos passados, quando esse tipo de ato era normal e recorrente, é de se contestar o porque desses adultos enxergarem como possível o matrimônio com uma pessoa com pouca maturidade, sem muito conhecimento de mundo, provavelmente com uma mentalidade bem diferente da sua, com interesses diferentes. Talvez, haja uma relação com o fato de que um homem adulto deseje uma mulher que é naturalmente ingênua (devido à idade em que se encontra), menos resistente; fruto de uma mentalidade da visão patriarcal, que prega que o poder deve estar na mão dos homens, e que as mulheres devem apenas se submeter a isso. Certamente, há valores errados nessa questão.      Em suma, o casamento infantil é algo preocupante e, logo, algo a ser dado a devida importância. Primordialmente, precisa-se agir de forma que esse ato pare de ser normalizado, e que seja problematizado do jeito que deve. A sociedade deve recorrer principalmente à constituição e às escolas para haja a proteção legalmente, e a instrução quanto a essa questão.