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Enviada em: 06/08/2018

Segundo o estudo do Banco Mundial, 36% das  meninas no Brasil casam-se antes dos 18 anos. Entretanto, esse dado não é levado ao debate e nem causa estranheza na sociedade, pois já está nesta formentada o adultocentrismo, machismo, sexismo e os papeis sociais. Por conta disso, o casamento infantil tem que ser fortemente combatido e suas causas e consequências devem ser analisadas, como também, as possíveis soluções para essa problemática.  Em primeiro lugar, é importante ressaltar que as causas estão intrínsecas na sociedade brasileira, seja pela forma como foi moldada sendo machista e sexista, como também, pelas normas sociais de gênero nela fundamentada. A priori, a gravidez é uma das maiores causas para o casamento precoce, inclusive, nos interiores do Brasil, essas garotas são obrigadas a se casar para assumir papéis sociais de submissão ao homem. Isso é agravado porque as meninas mais novas são vistas, por muitos homens, como um ''troféu'', não é dificil perceber isso apenas basta ligar o rádio e identificar que muitas músicas brasileiras usam o termo ''novinhas'' em suas letras, claramente, fazendo apologias a crianças e adolescentes. Além disso, a falta do empoderamento feminino e das discussões, em todas as esferas da sociedade, são umas das principais causas, posto que as garotas culturalmente são ensinadas a ''nunca'' dizer não e serem passivas, e as que transgredirem isso, são vistas como ''mulheres raivosas''.  Indubitavelmente, as consequências são grandes para a sociedade, mas, principalmente, para o sexo feminino. Mediante as causas do casamento precoce muitas mulheres largam os estudos, engravidam precocemente, estão suscetíveis a violência doméstica por serem, na maioria dos casos, muito jovens para identificar a ação como violência e ficam dependentes da renda dos maridos. Com essas circunstâncias, acabam ficando presas em casamentos, além de claro, enfrentar muito cedo uma dupla jornada de trabalho e perder a total infância e adolescência. Em suma, terão consequências que se estenderão para o futuro, já que serão elas que terão menores rendas e escolarização, ocassionando assim, um ciclo que se perpetua entre as gerações na sociedade brasileira e sua aceitação.  Portanto, pode-se perceber que o casamento infantil é culturalmente aceito e visto como normal, para coibir esse pensamento deve haver mobilizações em vários âmbitos. Ao Poder Judiciário, cabe fazer a mudança da legalidade do casamento de 16 para 18 anos. A mídia, por meio de ficções engajadas, deve abortar essas questões, cumbrindo assim, seu papel. O mais importante, no entanto, é atingir a origem do problema e instítuir em escolas aulas obrigatórias sobre o empoderamento feminino e seu papel na sociedade, como também o estado deve oferecer para essas garotas oportunidades de estudo e espaço no mercado de trabalho, para assim, acabar com o ciclo que se perpetua entre as gerações.