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Enviada em: 06/08/2018

Na Antiguidade Grega, era comum o casamento jovem, bem como a prática sexual em festas de amor livre, conhecidas como bacanal, termo hoje vulgarizado, entre jovens e adultos. Atualmente, a situação, no limiar do século XXI, não difere muito da antiguidade grega e, mesmo com inúmeras leis e com o advento da ciência sociológica, o casamento infantil persiste. Tal situação pode gerar inúmeras consequências negativas para a vida dessas crianças e persiste, indubitavelmente, por falhas na educação escolar, orientação familiar e pela falta de uma legislação eficaz que cesse o problema.   Em primeiro plano, é necessário salientar que as instituições deixam sua parcela de culpa para o problema. Embora seja fato consumado que a família é o alicerce que funda a base ideológica de qualquer participante e, como tal, tem o poder de influenciar o jovem a se casar, é com clichês seculares, mantidos por uma cultura machista e patriarcal, que uma jovem, ao ter relação sexual com um estranho,  por exemplo, se casa e passa a viver com esse. Ademais, a legislação do Brasil, no que tange o problema, em caso de gravidez, permite o casamento para menores de 16 anos, o que é um absurdo e pode gerar uma mudança de rumo na vida do jovem. Vale salientar, também, que as escolas pouco ensinam e debatem sobre a questão do casamento jovem, fato que, juntamente aos outros, pouco influi positivamente e somente corrobora para o Brasil ocupar a quarta colocação dos países que mais possuem recorrência de casamento infantil, segundo a ONG Plan International.    Ademais, é indispensável mensurar as consequências do casamento infantil para a vida do jovem. É por meio desse que muitas crianças abandonam suas escolas e têm suas vidas profissionais comprometidas, por se ocuparem com trabalhos domésticos, muitas vezes terem de cuidar de seus filhos e por desinteresse, que fatalmente pode ocorrer, o que pode, de fato mudar o rumo dessas. Além disso, embora ter uma vida a dois signifique compartilhar companheirismo e amor, hoje em dia, o que muito se vê são os casos reversos, de violência doméstica física e psicológica, de constantes manipulações, que fazem muitos serem reféns de uma relação infrutífera e vítimas de depressões. Assim, é questionável se os direitos à saúde, educação e à dignidade, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente são realmente efetivados para essa parcela que se casa precocemente.   Portanto, infere-se que para reverter tal problema histórico, urge que o Estado crie uma lei que proíba qualquer casamento para menores de 18 anos, independentemente de ocorrer a gravidez, além de divulgar, em horário nobre, campanhas publicitárias alertando as famílias sobre as consequências, de forma a evitar, com a lei, o problema e sensibilizar os familiares, com a publicidade. Ademais, cabe à Escola, a máxima kantiana, donde se extrai que conscientizar os jovens significa mudar seus rumos.