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Enviada em: 05/08/2018

Desde a Revolução Francesa é possível perceber que a ordem social adquire harmonia apenas quando os direitos conquistados pela coletividade são resguardados por ela. Nesse sentido, no mundo hodierno é possível perceber, graças às altas taxas de casamento infantil, que certas garantias estão sendo menosprezadas. Diante disso, deve-se analisar os impactos dos fatores culturais e socioeconômicos na problemática em questão.        A princípio, convém destacar que hábitos enraizados contribuem com a normatização do casamento infantil. Em diversos países do mundo, a sociedade foi sintetizada sob um ponto de vista que priorizava a figura masculina como detentora de poder. Em muitos casos, a capacidade do homem  costumava ser comprovada pela sua virilidade, exposta na idade das mulheres que por ele eram "conquistadas". Hoje, a normatização desse hábito busca explorar a vulnerabilidade das crianças. No Brasil, por exemplo, a expressão "novinha" adquire sentido sexual em diversos contextos.          Além disso, é importante mencionar que o assunto em discussão também encontra apoio na falta de possibilidades para a criança e sua família. No Realismo, principalmente em obras de Eça de Queiroz e Machado de Assis, a utilidade do casamento como meio de ascensão social era destacado. Hoje, em um panorama onde a concentração de riquezas é cada vez maior e as oportunidades são ainda mais escassas, a união entre crianças e adultos é impulsionada pelos familiares. Por conseguinte, o interrompimento da educação–elemento inerente a essas situações– consolida a dependência das maiores vítimas: as mulheres.           Diante dos argumentos supracitados, faz-se necessário que os governos busquem pautar o problema da inferiorização da figura feminina nas escolas, exibindo, para alunos e familiares, palestras ministradas por mulheres que sofreram de alguma forma as consequências dessa cultura com o fito de conscientizar e aglutinar um apoio social no combate a sexualização das meninas. Outrossim, é importante que, na esfera legislativa, leis sejam criadas para punir o adulto que se casa com menores e políticas de distribuição de renda sejam implementadas. Assim, será possível fazer com que os direitos da infância sejam protegidos pela sociedade e pelo rigor da lei.