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Enviada em: 05/08/2018

O casamento precoce envolvendo crianças e adolescentes é, infelizmente, parte da história humana. Apesar de ser uma prática retrograda, muitas ocorrências dessa situação ainda são encontradas em nossa contemporaneidade. Fatores religiosos, econômicos e culturais, apontam estudiosos, tentam nos explicar a causa dessa situação repulsiva, que desencadeia inúmeros desequilíbrios sociais nos locais onde essa ocorrência continua sendo bem vista.     Como já foi teorizado, o casamento infantil era comum e amplamente aceito em sociedades mais antigas, sobre tudo a medieval, como exemplifica a famosa série do canal HBO, Game of Thrones. É constante a abordagem de casamentos na série. Uma das protagonista do seriado, Daenerys Targaryen, por sua vez, casou-se muito jovem com um homem que possuía uma ampla diferença de idade, forçando-a amadurecer precocemente e ter obrigações de uma mulher adulta. A ficção exemplifica uma realidade daqueles tempos, quando era comum casar-se jovem por alianças, terras e riquezas, porém, vivemos em um mundo vigente, com valores modernos, tornando infundada uma prática medieval permanecer constante no presente, já que não se faz mais necessário casamentos por puro interesse politico e social.     Entretanto, antropólogos tentam nos esclarecer as razões de suceder estes episódios na época atual. De acordo com especialistas em direitos humanos da ONU, o casamento infantil ocorre principalmente nas regiões mais pobres do globo, como o norte da África, regiões da Ásia e alguns países da América do Sul. Isso se deve ao fato de que o casamento na mocidade é aceito e incentivado nesses locais, por questões culturais e religiosas. Mas acredita-se que o fator decisivo seja o financeiro, pois a esmagadora maioria das meninas que se casam antes dos dezoito anos advêm de famílias encontradas na estrema pobreza e que veem o casamento de suas filhas como uma solução para seu problema financeiro. Por causa desses fatores, essas regiões encontram dificuldades de desenvolvimento, pois esse ciclo vicioso  impede que suas meninas estudem, trabalhem e busquem um progresso saudável para sua sociedade.    Tendo em vista os argumentos apresentados, pode-se concluir que o casamento infantil é um problema social grave e que precisa ser combatido. A mídia possui um grande papel nessa missão, pois pode financiar grandes campanhas publicitárias de incentivo ao erradicamento dessas ocorrências e também promover documentários, séries, grandes reportagens sobre os malefícios que o casamento precoce pode ocasionar, para que assim o matrimonio infanto-juvenil seja tema apenas de épicos históricos da televisão e não uma triste realidade enfrentada por crianças de nossos tempos.