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Enviada em: 17/08/2018

Pequenas esposas. O livro "Inocência", de Visconde de Taunay, descreve a experiência de um casamento arranjado pelo pai de Inocência, como um infortúnio psicológico gerado por esse processo. Em contraste, de acordo com o Plan Internacional, o Brasil é o 4° país no mundo com maior número de casamentos infantis, elucidando que a realidade descrita no livro, ainda é uma situação muito presente atualmente.  Violência física e psicológica. Abuso sexual. Morte. É fato que o casamento infantil acarreta diversos problemas para a vida de uma garota. A restrição à educação e a gravidez precoce, fazem com que de acordo com o Banco Mundial, garotas que se casam antes dos 18 anos apresentem maior probabilidade de uma gravidez e, como consequência, um maior aumento da mortalidade infantil e materna.  Essa prática ainda intensifica a desigualdade de gêneros e reforça os papéis tradicionais dos mesmos em um casamento. Somado à isso, muitas garotas se casam pela pressão da família, por causa de uma gravidez ou simplesmente pelo desejo da família ou do marido em controlarem a sexualidade e a liberdade da mesma. Isso só elucida o quão enraizado esse problema está na cultura brasileira e o quão importante é necessário que o mesmo seja debatido na sociedade.  Entende-se, diante dos problemas que o casamento infantil acarreta para a pessoa envolvida, a real necessidade de ações governamentais em relação ao problema que é tão presente no século XXI. É necessária a criação de leis que protejam o menor e debates na mídia e no ambiente escolar, expondo as consequências de uma união matrimonial precoce. Ainda, é de extrema importância o debate e o entendimento do assunto no seio familiar, para que assim, certas amarras históricas sejam quebradas e um melhor Brasil seja moldado, já que "a sociedade é dependente da crítica às suas próprias tradições" - Jürgen Habermas.