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Enviada em: 24/08/2018

Um tema bastante discutido nos dias atuais é o casamento infantil. Isso acontece, devido a um contexto histórico que enraizou a prática entre crianças, sobretudo as mulheres, o que, certamente, acarreta sérias consequências para elas e os envolvidos em sua realidade social.     Em primeiro lugar, é preciso entender as causas históricas do problema discutido. Há séculos, uma prática muito comum era o "casamento arranjado", que consiste na escolha familiar do cônjuge com quem seus filhos vão casar por ser rico ou próximo da família, algo que, geralmente, acontecia entre crianças. Isso gerou um enraizamento histórico que se reflete nos dias atuais, nos quais os pais se veem no direito de escolha matrimonial para manutenção do status quo- quociente de poder aquisitivo- ou para manter laços amigáveis com outras famílias. Essa prática é muito comum entre mulheres. Só no Brasil, em 2010, foi constatado que 65.709 meninas de 10 a 14 anos estavam casadas, enquanto que havia 22.849 meninos da mesma faixa etária casados. Dados assustadores como esses revelam outra causa para o casamento infantil: o machismo. Machismo de uma sociedade que considera uma mulher inapta para escolher um marido ou ter um planejamento familiar.     Em segundo lugar, é importante acrescentar as consequências decorrentes disso. Uma delas é a falta de perspectivas. Isso é decorrente da desistência que a maioria das crianças acaba tendo dos estudos, optando por trabalhar para sustentar obrigações domésticas e conjugais. Ou seja, o indivíduo se torna um adulto precoce, "pulando" uma fase da vida: a adolescência. Além disso, outra consequência é a susceptibilidade a agressões e riscos de gravidez. Segundo instituições brasileiras, mulheres casadas antes dos 18 anos têm probabilidade 22% maior de serem violentadas pelo parceiro conjugal, além de que, nesse mesmo público, a gravidez é a segunda maior causa de mortes. Ou seja, quem mais sofre, mais uma vez, são as mulheres.     Portanto, medidas devem ser tomadas para atenderem o público afetado pelo casamento infantil e evitar que outros aconteçam. Cabe aos governos investirem em cursos especializados para profissionais da saúde cuidarem de crianças e jovens grávidas, para que as taxas de mortalidade reduzam. ONGs e políticas públicas podem apresentar campanhas sociais, alertando sobre as consequências da problemática, de modo que seja mostrado que o planejamento e direcionamento familiares são a melhor opção para um futuro adequado. Soma-se a isso, por fim, a ação da escola, incentivando o aluno a estudar e ter uma vida acadêmica promissora.