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Enviada em: 30/08/2018

Entre estratégias e táticas de Paulo Freire   O Estatuto da Criança e do Adolescente -ordem que assegura o direito a vida plena desses indivíduos-tem sido umas das maiores conquistas mais requisitadas no Brasil. Entretanto, tal direito não é colocado em prática no cotidiano, uma vez que o aumento proporcional dos casamentos infantis e suas consequências na esfera social acabam comprometendo o desenvolvimento da criança ao longo de sua formação.Diante disso, torna-se passível de discussão o casamento infantil em pauta no século XXI.    No que se refere à temática atual, pode-se tomar como primeiro ponto a ser discutido os motivos que levam ao crescimento exponencial dos casamento infantil no cotidiano. Nesse contexto, a gravidez precoce atrelada a visão conservadora dos pais ao optar pelo casamento de suas filhas, menores de idade, configuram-se como fatores motivadores por tal aumento na esfera atual. De acordo com a ONU , o Brasil está entre os quatro países que mais possuem casamentos com adolescentes abaixo dos 16 anos, sendo que 65% destes afirmam que a gravidez indesejada é o principal motivo da união. Desse modo, fica evidente, portanto, que fatores sociais e culturais são inerentes ao caos em que vivem as crianças na sociedade brasileira.    Indo um pouco mais adiante na questão, outros pontos que podem ser destacados é a evasão escolar e a violência doméstica como principais reflexos causados durante o casamento infantil. Segunda uma notícia veiculada ao Brasil pela revista Le Monde Diplomatique, revela que 4 em cada 10 meninas abandonam o ensino médio para se dedicar às atividades domésticas, e muitas destas sofrem algum tipo de violência física ou moral a longo prazo. Diante desse cenário alarmante, é determinante acabar com esses problemas em todos as suas formas e dimensões, de modo a garantir que todas esses jovens possam realizar seu pleno potencial em igualdade e dignidade.       Parafraseando o escritor Paulo Freire, a estratégia é a premissa da vitória. Tomando como norte a máxima do autor, é condição "sine qua non"- indispensável - alternativas concretas e eficazes que combatem o casamento infantil na sociedade. Nesse sentido, é de grande importância a participação do Estado, na criação de palestras sobre educação sexual veiculadas por profissionais específicos e destinado às crianças e aos pais no intuito de dar-lhes alternativas que não seja o casamento precoce, evitando assim, o aumento da evasão escolar. Além disso faz-se necessário a participação da mídia na divulgação de campanhas que ressaltem e a importância de denunciar o casamento infantil, e com isso  eliminar a violência domestica no cotidiano. Somente assim, com as táticas desenhadas no campo de batalha, poder-se-á ressoa , como brado retumbante o grito de Brasil mais solidário.