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Enviada em: 09/10/2018

O casamento infantil é qualquer união matrimonial com uma menor de idade. No Brasil, as heranças culturais patriarcais juntamente com a desigualdade socioeconômica agem a favor de tal situação, na qual as meninas são de certo modo coagidas pelo seu contexto a se casarem jovens e assim perdem sua autonomia e adentram em um cenário de insegurança feminina.    Desse modo, a sociedade brasileira foi composta em costumes pela fusão de diversas características, porém a portuguesa e a muçulmana se sobressaem. A influência lusitana composta pelo catolicismo e o regime de escravidão fez surgir a figura misógina do senhor de engenho, criando uma conjuntura de exceção para as mulheres no sentido machista, resultando atualmente, por exemplo, na violência de gênero tão deflagrada no país.    Além do mais, a cultura árabe, trazida pelos colonizadores ibéricos devido ao seus contatos com o povo norte-africano, propiciou a "normalidade" e tornou cotidiano o casamento de crianças com homens mais velhos, tendo em vista que esse costume árabe era e continua sendo estimulado pela Xaria. Aliado a essas bases sociais a pobreza é um fator essencial para o matrimônio infantil, pois, meninas em situação financeira e social complicadas pensam em encontrar, na união com um homem mais velho a estabilidade e a autonomia que elas não conseguiriam na casa dos seus pais.    Assim sendo, em um país com uma herança cultural misógina e um contexto socioeconômico desigual, resulta em mais de 36% de jovens menores de 18 anos casadas, de acordo com o Banco Mundial. Ademais, problemas como a violência doméstica, 22% maior em casos de casamento infantil, além de 14% menos meninas que estão em matrimônio estudam em relação as solteiras, segundo o mesmo órgão, mostra exatamente o contrário da liberdade que elas pensariam possuir, e as levam a uma perigosa vulnerabilidade.    É necessário, portanto, agir de duas maneiras para combater o casamento infantil, primeiramente, o Estado deveria instituir a idade núbil em 18 anos, evitando todas as consequências danosas de um casamento infantil em seus estudos e sua soberania. Em segundo lugar, o Ministério do Desenvolvimento Social tem que expandir os programas de distribuição de renda, elevando o valor da bolsa para as famílias com prole adolescente, amenizando os casos de evazam de moças das suas casas para morar com algum companheiro e assim diminuindo as consequências de um casamento na juventude. Tudo isso é fundamental para um país mais justo para as mulheres.