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Enviada em: 02/10/2018

No Brasil colonial, muitas crianças negras eram vendidas a senhores de escravos para serem esposas ou domésticas, em decorrência do pensamento de superioridade étnica. Porém, esta atitude de casamentos infantis, tristemente, ainda é comum após mais de 400 anos. Assim, deve-se analisar como a herança histórica e a omissão do Poder Público atuam na questão.       Indubitavelmente, a herança histórica é a principal responsável pela manutenção do casamento de crianças. Isso decorre da colonização brasileira, no século XVI, quando a sociedade escravocrata começou a vender crianças negras para servirem de escravas sexuais para senhores. Analogamente, segundo o portal de notícias G1, 25 mil crianças casam-se por dia e, dessas, 20 mil são meninas, ou seja, a objetificação feminina é bastante comum. Conquanto, não sustenta-se a tese de que em um país tão globalizado, muitas crianças submetam-se ao casamento na infância.       Além disso, nota-se que o Poder Público omite-se do problema. Isso porque, embora o Estatuto da criança e do adolescente (ECA) garanta qualidade de vida, o Estado impede a efetivação de muitas conquistas que constam nessa legislação, pois os interesses socioeconômicos de alguns setores se sobrepõem à fiscalização das leis. Dessa forma, muitas meninas vivem em péssimas condições, não recebem orientação adequada e acabam casando muito cedo e engravidando precocemente. No entanto, em um país de nona economia mundial, a igualdade deve ser comum.       Diante do exposto, nota-se que o problema é afetado pela história e pela sociedade. O Governo Federal, portanto, por meio do Ministério da Justiça em parceria com ONGs, deve atuar na implementação de campanhas que proíbam o casamento antes da maioridade e orientem sobre o corpo e sexualidade, por meio de projetos nas escolas e praças, com profissionais que ofereçam materiais que tratem da importância de viver a infância e adolescência, a fim de extinguir o casamento infantil. Dessa forma, transformar-se-á o Brasil em um país de igualdade social.