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Enviada em: 26/10/2018

Nos dias hodiernos, há uma tendência mundial de adiar a formação de famílias. Essa realidade tornou-se atrativa devido às exigências de um mercado de trabalho cada vez mais especializado ao mesmo passado do aumento da expectativa de vida populacional. Assim, a prioridade dos cidadãos, hoje, é a ascensão profissional durante a idade economicamente ativa em detrimento da união matrimonial. Diante disso, a coração infantil ao casamento configura-se como um fenômeno retrógrado e desrespeitoso. Logo, torna-se passível de discussão, as raízes culturais, bem como consequências socioeconômicas provenientes dessa mazela.        A princípio, verifica-se que a supervalorização da virgindade garante a manutenção dessa prática imoral. Isso decorre de uma interpretação dos dogmas cristãos, que culminou na ideia de “pureza” sexual a ser preservada até o momento do matrimônio, o que configura as práticas sexuais adjacentes como ato de pecado. Assim, infelizmente, a submissão de meninas ou meninos ao casamento é justificada como um modo de evitar a transgressão religiosa. Todavia, independente do credo, é imprescindível preservar a infância e protegê-la de tal sexualização precoce advinda do casamento.       Sob outra ótica, destaca-se que a união na menoridade corrobora gravidez antecipada e, portanto, consequências negativas em âmbito escolar e profissional. Isso porque muitas adolescentes, ao engravidar, são levadas a evadir da escola para dedicar-se aos cuidados com o recém nascido. Entretanto, a formação acadêmica deficitária dificulta enormemente a ascensão no mercado de trabalho, haja vista a exigência de capacitação por parte desse. Nesse contexto, as jovens mamães estão sujeitas a enfrentar dificuldades econômicas, a qual é um empecilho à qualidade de vida delas e de seus filhos, o que deve, pois, ser erradicado, dado que já nos alertava o grande filósofo Platão: “O importante não é viver, mas viver bem”.        Em virtude do exposto, faz-se fundamental a erradicação do casamento infantil. Para tal, cabe às autoridades religiosas o posicionamento contra essa interpretação deturpada dos textos, por intermédio do esclarecimento aos fiéis da importância do respeito à infância e ao livre arbítrio, para que a coerção dos menores não seja justificada mediante a religiosidade. Ademais, o Ministério da Educação deve auxiliar na formação acadêmica daqueles que não tiveram condições para tal, mediante o fomento à participação de programas como é o caso da Educação para Jovens e Adultos ou ainda do Exame Nacional de Certificação de Competências para Jovens e Adultos, para que essa fatia populacional tenha a oportunidade de ascender profissionalmente e garantirem melhores condições de vida. Destarte, a problemática será mitigada na nação.