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Enviada em: 03/11/2018

Os contos de fada infantis são a representação de uma sociedade na qual o casamento é associado à felicidade: os protagonistas sempre ultrapassam uma série de desafios para conquistar o seu "felizes para sempre" e são deixadas de lado inúmeras problemáticas em nome de um final feliz. Um exemplo disso, é a Branca de Neve que tem apenas 14 anos durante o enredo, mas é retratada como uma mulher com experiência o suficiente para cuidar do lar  e até mesmo se casar. Certamente, o romance idealizado nos contos que precede o casamento precoce é para muitos uma justificativa para que se ignore a idade das princesas, porém, fora dos livros, os fatores que contribuem para o aumento do casamento infantil no Século XXI são históricos, econômicos e religiosos.       Em primeiro plano, percebe-se uma estigmatização em relação ao casamento forçado envolvendo crianças como algo inerente a culturas ocidentais, mas um dado que poucos brasileiros costumam levar em consideração é que o Brasil ocupa atualmente a quarta colocação no número de países com os mais altos indicies de casamento infantil. Este fato é evidenciado na história de Jasmine, uma outra princesa dos contos da Disney, que é contextualizada na Arábia, e é a única das histórias a conter em seu errado o casamento forçado explicitamente, representado pela promessa da mão de Jasmine a Jafar, conselheiro de seu pai e muito mais velho que a garota. Contudo, a abordagem dada à história é um importante avanço no mundo do entretenimento infantil, uma vez que apresenta pela primeira vez uma princesa lutando por seus direitos como ser humano e como mulher. Todavia, em contraste com essa representação, as mulheres, principalmente em países predominantemente islâmicos, .        Embora seja de senso comum que estes países apresentem altos indicies de casamento infantil, dificilmente procura-se saber sobre as Leis de Xaria que se sobrepõem a leis constitucionais, tendo em vista que muitos destes países apresentem leis que proíbam o casamento com menores. Além dos argumentos supracitados, convém ressaltar que com as baixas expectativas de vida na Idade Média era comum que as mulheres se casassem antes mesmo de atingir a puberdade. E que na história da humanidade o casamento é na verdade uma aliança econômica e política, como aconteceu com Catarina de Aragão - princesa da Espanha - e Henrique XVIII - monarca inglês. Para combater o casamento infantil é necessário mais do que a criação de leis, dessa forma cabe ao MEC implantar políticas que registrem os motivos da evasão escolar através da introdução de psicopedagogos que acompanhem de perto cada menina com faltas constantes, a fim de policiar o contexto da evasão. Além disso, cabe ao Serviço Social fiscalizar a situação dos lares de crianças e adolescentes através de inspeções semestrais, a fim de garantir o direito da criança à infância e ao estudo.