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Enviada em: 10/02/2019

No livro Lolita de Vladimir Nabokov há o seguinte trecho: "de nada importa que uma menina americana chamada Dolores Haze tenha sido privada de sua infância, a menos que isso possa ser provado." Nesse sentido, fica visível a problemática do casamento infantil em duas vertentes, que são reveladas na perda da infância e a ausência de leis mais rígidas.Logo, é necessário analisar as causas dessa atribulação.      Outrossim, em uma análise inicial é notório um impasse socioeconômico, que por sua vez é um fator recorrente como justificativas para a união, conforme é explicado pela assistente social, Daniela Moller “Há uma falsa expectativa das famílias em situação de pobreza de que, ao casar, as dificuldades e sobrevivência da menina sejam resolvidas.”Porém o que advém na maioria dos casos é uma gravidez indesejada,a evacuação escolar e até mesmo a violência doméstica, que passa ser atribuídas a uma nova realidade onde a adolescente é imposta à vida adulta.     Por conseguinte, observa-se uma estagnação sobre o assunto,pois todos os anos o numero de casos aumenta, já que de acordo com a  pesquisa realizada pelo Instituto Promundo o Brasil ocupa o quarto lugar no mundo em números absolutos de mulheres casadas até a idade de 15 anos, com 877 mil.Em vista disso, verifica-se que há uma deficiência nas leis em razão de brechas que permitem o casamento aos 16 anos em caso de gravidez ou consentimento dos pais e assim contribuindo para o enaltecimento de mais uniões,mas de forma ilegal.Além disso, Código Penal não prever pena de estupro quando o agressor se casa com a vítima.Dessa forma causando imunidades mesmo ao privar uma menina à sua infância.       Diante disso, fica claro a necessidade de medidas para resolver o problema.Portanto é preciso que o Poder Legislativo altere as leis sobre o casamento, afim de banir qualquer oportunidade legal de união com uma menor de 18 anos e juntamente o Poder Judiciário deve fiscalizar as uniões ilegais com objetivo de prevenir um fator social em que são formadas adultas precocemente.Todavia, cabe as escolas e a mídia  promover campanhas socioeducativas sobre o matrimônio focando em meninas que estejam em vulnerabilidade social, com a finalidade de fomentar o pensamento critico sobre as reais consequências dessa decisão.Afinal, segundo Edgar Watson Howe "o casamento tem muito de um circo;não existe nele tudo  quanto é anunciado na propaganda."