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Enviada em: 17/03/2019

Na clássica obra de William Shakespeare,"Romeu e Julieta",é contada a história de dois jovens,oriundos de famílias rivais que se apaixonam perdidamente.Na peça.Julieta tem 14 anos e Romeu,17.No entanto,o abismo amoroso no que tange a idade não é restrito somente a esfera fictícia,e tende a ser muito maior na realidade,sobretudo,entre marido e mulher. De fato,uma condição prejudicial tanto no tocante ao despreparo físico e emocional feminino, quanto ao risco de atrofiamento social das garotas expostas a tal contrato,uma conjuntura destoante da prezada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente,o qual atribui a proteção infantil ao Estado,a Família e a Sociedade como um todo.Desse modo, é concebível concluir que o casamento infantil no Brasil do século XXI é um quadro arcaico, preocupante e perigoso, o qual deve ser ponderado e,se possível,revertido o quanto antes.            Nesse contexto,é oportuno lembrar que esse é um problema advindo,em grande parte,da teórica ideia de que o casamento é análogo a um conto de fadas,como aqueles contados e recontados na infância ,os quais,comumente,descrevem a princesa como alguém inocente e frágil a ser protegida por um príncipe, o que reflete,no presente,os altos índices de casamentos prematuros no País,como produto de uma ilusão criada e repetida desde tenra idade a maior parte das meninas. Indubitavelmente,um padrão interligado a cultura machista,sustentada por uma espécie de Determinismo biológico,defensor da suposta submissão,inferioridade e fragilidade feminina inerentes.          Outrossim,vale ressaltar que,desde tempos remotos a Grécia antiga,quando uma garota de 14 anos era considerada  pronta para se casar,ter uma esposa jovem e bonita é sinônimo de status social masculino,uma situação desprezível e persistente nos dias atuais,a qual configura mais uma maneira de diminuir a mulher. Por conseguinte,casadas com homens mais velhos,comumente dependentes financeiro e emocionalmente,sem o devido preparo emocional e físico exigido em uma união,esposas menores de idade costumam possuir um menor controle de natalidade, o que rapidamente culmina em gravidezes indesejadas,acarretando o estreitamento de laços com o marido,além da evasão escolar.         Portanto,cabe ao Ministério da Educação,em conjunto com o Ministério Público corroborar com a desmistificação do casamento perfeito por meio da promoção do debate acerca do tema em sala de aula,além da efetivação de seminários informativos sobre esse tópico,os quais devem enfatizar suas raízes históricas e expor seus impactos na vida de qualquer criança e adolescente mediante a apresentação de depoimentos reais,que devem ser também expostos via rádio,Internet e televisão,em parceria com o ECA,objetivando,em ambas as soluções,a conscientização popular da sociedade,dos pais aos filhos,para,consequentemente,exaurir essa danosa prática do Brasil.