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Enviada em: 04/10/2019

No romance O Cortiço, de Aluísio Azevedo, uma criança é abusada por sua madrinha, cujo passado de prostituta e a ação praticada influenciarão no futuro da garota, o que comprova a fragilidade física e emocional da criança. No século XXI, existe a séria problemática do casamento infantil, o qual resulta em sérias consequências para a relação conjugal e principalmente, para a vida da criança (em especial meninas), produtos da fragilidade mencionada e de atitudes equivocadas dos demais.        Antes de tudo, vale destacar como a vida da criança será afetada durante o casamento. Em contraponto ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que determina ser de responsabilidade do Estado e da Família o livre e seguro desenvolvimento dos menores, baseado no pensamento da construção da autonomia necessária para a futura vida em sociedade ser feita na infância, existem realidades como o casamento infantil e a gravidez na adolescência. Essas ocorrências geram a dependência da garota à figura masculina, a evasão escolar e a atribuição de responsabilidades, que, de acordo com a visão do ECA, não lhe pertencem e afetam sua autonomia.        A partir disso, também destacam-se os efeitos na vida familiar. Dentre eles, a violência de gênero e o trabalho feminino, muitas vezes, restrito ao lar. Isso porque o homem se vê como superior ao comparar a idade e classificar a esposa como frágil ou inferior. Além disso, após o casamento as meninas, por vezes, deixam de estudar, o que acarreta em ilações nos desenvolvimentos pessoal e profissional. Essa realidade compõe uma Anomia Social, conceito de Émile Durkheim que descreve a fragilização da coesão social pela desestruturação das normas.       Dessa forma, observam-se os prejuízos causados pelo casamento precoce e as consequências neste século. Cabe à Escola explicar para os alunos o valor e os efeitos advindos do matrimônio, além de incentivar o uso de preservativos e o gosto pelo estudo. Isso deve ser feito por meio de explicações lúdicas, claras e adaptadas à idade da turma, com base na literatura pedagógica. Com isso, a infância será vivida e a Anomia, vencida.