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Enviada em: 31/05/2017

No contexto social vigente e em virtude de sua natureza imatura e por vezes ingênua, crianças e adolescentes estão expostos a todo tipo de influência e a revolução cibernética deu espaço para que malfeitores se aproveitem dessa situação fingindo ser outra pessoa para enganar os jovens e tomar proveito disso. Verifica-se que, no Brasil, a impunidade e a falta de atenção dada a essa problemática pela sociedade e autoridades torna a situação ainda mais preocupante.       É lícito referenciar a obra literária “Lolita”, de Vladimir Nabokov, ao considerar a problemática da pedofilia: Humbert, um homem de meia-idade que mantém um relacionamento sexual com sua enteada Dolores, de 12 anos, após a morte da mãe da criança, apenas tem como conhecido o seu crime muitos anos depois. Com a revolução tecnológica e a infinidade de informações disponíveis na “web”, hoje é fácil achar o que se procura num único clique. A partir das mudanças provocadas desde a década de 1980, é possível comunicar-se com qualquer pessoa através da tela. As crianças não ficam para trás: já estão completamente inseridas nas novas tecnologias e sabem até mais sobre o assunto do que os próprios pais. Entretanto, a falta de fiscalização parental e a ausência de filtros apropriados para a navegação infantil põe em risco suas seguranças, já que hoje é alarmante a quantidade de pedófilos que seduzem suas vítimas pela internet, garantindo assim o seu anonimato e impunidade.        É pertinente elencar que, tendo acesso a todo tipo de páginas – sites de bate-papo, chats e redes sociais – que não possuem qualquer restrição etária ou sistema de seleção de conteúdo, os jovens tornam-se vulneráveis por, geralmente, não possuírem acompanhamento dos pais e/ou responsáveis em suas navegações. Normalmente crime de difícil identificação de seus malfeitores em virtude de fatores como a ocultação do IP, que permite o rastreio do indivíduo através de seus dados do computador; negativa da vítima e familiares à denúncia e coação, esse quadro dificulta a punição dos responsáveis pelas autoridades competentes. Ademais, a falta de debate na sociedade dada a consideração do assunto como um tabu é um dos fatores que impede a conscientização da criança e do adolescente acerca dos perigos da pedofilia.         Desta forma, consta-se que é necessária a ação conjunta do Ministério dos Direitos Humanos e da mídia em prol de campanhas informativas a fim de coibir a prática, pelo uso de comerciais, informativos, panfletos e o desenvolvimento de ferramentas que filtrem na rede o conteúdo que pode alcançar a criança. Juntamente com esses órgãos, a escola e pais devem se unir buscando um maior debate entre alunos e dentro de casa, com o objetivo de construir a confiança e a conversação. Dessa forma será possível acabar com essa prática que compromete e corrompe o futuro das crianças e jovens do país.