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Enviada em: 03/06/2017

Apesar de gerar muitas divergências quanto à sua natureza ou conceituação, a pedofilia pode ser considerada um problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a pedofilia é um transtorno de preferência sexual por crianças – do mesmo sexo, do oposto ou ambos – geralmente pré-púberes ou no início da puberdade, que se encontra junto a outras parafilias.       Conforme a Constituição Brasileira, art. 227, a exploração sexual e o abuso são totalmente repudiados, sendo que expressa que “a lei punirá severamente” todos que a transgredirem. Em 2012, houve 7592 notificações de casos de violência sexual infantil no Brasil (SINAN). Mas os números seriam absurdamente maiores se todas crianças abusadas relatassem e todas famílias levassem os casos à Justiça, isso geralmente não ocorre pelo fato do agressor ser muitas vezes um familiar, o que talvez trouxesse desvantagens à família.     Outro fator contribuinte é a indústria pornográfica infantil que para funcionar, precisa que o estupro aconteça para haver material a ser posto à venda. A ineficiência da punição também colabora, pois os estabelecimentos prisionais não oferecem tratamentos adequados. Dessa forma, ao regressar à sociedade, “o pedófilo continua com o transtorno parafílico e sabe de técnicas mais avançadas para a prática de delitos”, salienta Ana Selma Moreira, mestre em Ciência Jurídica.       A mídia poderia ajudar divulgando a pedofilia como um transtorno que precisa de tratamento e não de um cárcere temporário, ao mesmo tempo que incentivando os pais a conversarem abertamente com seus filhos sobre sexo, de modo que eles sintam-se menos constrangidos para contar se houver abuso. A escola, por sua vez, deve ensinar aos menores o que é abuso sexual e como se prevenir dele. Outra medida é o governo propor novas leis que incluam recursos terapêuticos para infratores transtornados e criar outras que acabem com as redes de prostituição infanto-juvenil.⁠⁠⁠⁠