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Enviada em: 03/05/2019

O livro ''O Ateneu'', publicado por Raul Pompeia em 1888, já retratava cenas em que  jovens com baixa compleição física eram subjugados, espancados e humilhados por outros tido como avantajados. Comportamentos, assim, contextualizam o que hoje chamamos de ''bullying''. Esse fenômeno continua ocorrendo nas escolas brasileiras e pode influenciar tragédias com a de Realengo(2011) e Suzano (2019). Nesse âmbito, os motivos podem ser: permissividade dos pais, excesso de exposição à cultura da violência e omissão da escola. Assim, para combater o ''bullying'' é importante reduzir a difusão de cenas violentas nas mídias e fortalecer a escola enquanto ambiente de paz.        A priori, a redução da exposição à violência na indústria cultural pode ocorrer mediante o controle dos pais. Isso é necessário porque os filmes, jogos como (''Grand Theft Auto- GTA''), desenhos e séries são repletos de ações que naturalizam a violência para as crianças e jovens. E, desse modo, contribui para o ''bullying'' ser um dos principais causadores de atentados em escolas, como publicou o portal de notícias G1, usando dados de uma pesquisa feita entre 1955 e 2011. Nesse contexto, ocorre o que  a filósofa Hannah Arendt retrata como banalização do mal. Tal problemática coloca a violência como causa e consequência desse fenômeno degradante. O que é agravado pelo afastamento dos pais em relação ao conteúdo acessado pelos filhos.       A posteriori, o fortalecimento da escola enquanto um ambiente de paz pode ocorrer mediante a estruturação de uma política pública de controle ao ''bullying''. Tal controle é fundamental porque esse problema é uma das principais causas de evasão escolar. Evasão, essa, que pode atingir mais uns grupos sociais que outros. Isso pode ser explicado por dados publicados pela OAB (Cuiabá) em que 82% de alunos transgêneros e travestis tinham o ''bullying'' como motivador do abandono escolar. Assim, a participação conjunta do Ministério da Educação, professores e psicopedagogos é o caminho para chegar à educação como formadora de uma cultura de paz, como defendia o filósofo e educador Paulo Freire.        Para resolver tais problemas, os pais, por meio do uso de senhas e aplicativos, podem acompanhar o conteúdo acessado pelos filhos para evitar acesso a cenas violentas (inadequadas à faixa etária) de forma desenfreada. Além disso, o Ministério da Educação poderia criar comissão de combate ao ''bullying'' nas escolas, formada por psicopedagogos; e com a finalidade de fiscalizar e direcionar o debate e soluções para essa situação em cada realidade escolar, por meio de materiais impressos, jogos e videoconferências. Dessa forma, o livro ''O Ateneu'' do Realismo/Naturalismo brasileiro não será tão atual.