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Enviada em: 04/05/2019

Em 2016, a Lei Antibullying (13.185/2015) entrou em vigor, a fim de determinar que escolas, clubes e outras instituições adotassem medidas de prevenção e combate ao bullying. Para além, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu artigo quinto, afirma que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de violência e discriminação, punindo conforme a lei qualquer atentado aos seus direitos fundamentais. Todavia, embora haja garantia de o ECA e da lei antibullying, a prática do bullying ainda é frequente nas escolas, além de a perpetuação dessa forma de agressão desenvolver traumas nas vítimas, assim como um ciclo de violência na sociedade.       Em primeiro lugar, é válido ressaltar que a naturalização e banalização do bullying, atrelados à impunidade, fazem com que agressões, físicas ou verbais, sejam periódicas nas escolas. Nesse sentido, na série "Todo mundo odeia o Chris", percebe-se que os atos agressivos e constantes de o Caruso para com o Chris são tratados com indiferença pela comunidade escolar na qual as duas personagens estão inseridas, pois o Caruso, na maioria das vezes, não é punido pelos seus atos. Dessa forma, ao trazer a ficção para a realidade, infere-se que a situação não é diferente, uma vez que o Dia Nacional de Combate ao Bullying, comemorado no dia 7 de abril, teve que ser criado, com o intuito de incentivar mobilizações e trazer à tona estratégias para identificar a violência e combatê-la, principalmente no que diz respeito ao âmbito escolar.        Ademais, a recorrência desses atos desenvolvem traumas físicos e psicológicos nos indivíduos vítimas das diferentes formas de opressão e violência. Sendo assim, é observado que, ao sofrer as variadas formas de violência proporcionadas pelo bullying, sejam elas físicas, verbais ou psicológicas, as vítimas tendem a reproduzir o mesmo tipo de comportamento de seus agressores e, à medida que que esse tipo de reflexo apresenta uma continuidade, gera-se um ciclo de violência na sociedade. Um exemplo disso são os massacres de Realengo e Suzano, em 2011 e 2019, respectivamente, em que os agressores foram vítimas de bullying nas escolas em que promoveram os atentados.        Fica claro, portanto, que são necessárias medidas que ajam, efetivamente, no combate ao bullying. Posto isso, o Governo Federal deve promover campanhas, na mídia e na escola, com o objetivo de divulgar informações sobre a Lei Antibullying, para que esta funcione de forma plena. Para além, escolas devem trabalhar o tema com mais seriedade, tanto ao abordar o assunto em sala de aula e explicitar a gravidade do bullying, como também ao proporcionar apoio psicológico às vítimas e aos agressores, e assim tentar erradicá-lo. Com tais projetos aplicados, haverá menos Caruso e Chris na sociedade, e sim cidadãos empáticos, que sabem respeitar o outro.