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Enviada em: 05/05/2019

No livro "Carrie, a Estranha", o autor Stephen King narra a história da personagem de mesmo nome, a qual sofre com constantes insultos e humilhações por seu jeito retraído, mostrando como isso a prejudica emocionalmente. Longe de ser apenas uma realidade dos livros, o bullying se faz presente no Brasil e compromete o desenvolvimento psico-social das vítimas. É necessário, assim, discutir de que modo a escola e a família contribuem para a perpetuação dessa mazela.    Mormente, é inocente acreditar que os colégios agem efetivamente no combate ao bullying. Nesse contexto, o educador brasileiro Paulo Freire salientava que é preciso criar a acultura de paz, na qual a escola tem papel fundamental, expondo as injustiças, incentivando a convivência com o diferente e a tolerância. Contrariando esse pensamente, não observa-se projetos que incentivem a boa convivência entre os estudantes e nem canais de denúncia seguros para casos que ocorrem dentro dessas entidades. Percebe-se, portanto, que, lamentavelmente, a boa convivência é um ideal distante de ser contemplado.     Ademais, é inegável a ausência da família no combate a esse mal. Com efeito, em muitos casos, as ofensas também acontecem dentro de casa e em outros os pais não dialogam com os filhos sobre o problema, dificultando o relato e reconhecimento da agressão. Desse modo, esse infeliz descaso contribui para dados como o do Pisa (Programa Internacional de Avaliação do Estudante), o qual mostrou que um em cada dez alunos é vítima frequente da prática.      Destarte, fica axiomática a necessidade da mitigação dos desafios para o combate ao bullying no Brasil. Logo, urge que as secretarias de educação promovam o debate e a mobilização dos alunos dentro dos colégios, por meio de palestras e seminários com a presença dos pais, mostrando dados, entrevistas e os impactos que essa prática é capaz de causar. Espera-se, com isso, desenvolver a cultura de paz da qual Freire falava.