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Enviada em: 06/05/2019

O filme “Extraordinário” conta a história de um garoto com uma rara síndrome que degenera suas feições e torna sua aparência muito diferente das outras crianças. Por esse motivo, quando ele vai à escola, passa a ser alvo de bullying – violência tanto psicológica quanto física causadora de imenso sofrimento às vítimas. Fora das telas, esse comportamento é muito comum nas escolas brasileiras e, muitas vezes, não é tratado com a devida seriedade. Consequentemente, podem culminar até em suicídios, sendo, por isso, um tema que necessita de atenção e de medidas visando o fim desse tipo de violência.         A princípio, é preciso destacar que não são apenas os praticantes das agressões os responsáveis por causar sofrimento às vítimas, mas todas as testemunhas que não interferem, riem e, assim, reforçam o poder do agressor. Sob essa perspectiva, segundo uma reportagem da BBC Brasil, a Finlândia desenvolveu um método de combate ao bullying centrado nas testemunhas, as quais são orientadas e conscientizadas. Por conseguinte, sem plateia e apoio dos outros, agredir passa a não ser tão divertido, o que, nesse caso, diminuiu a ocorrência do comportamento em questão em 80%. Percebe-se, com isso, o papel fundamental da escola para interferir nessa forma de abuso.       Por outro lado, dentro de casa, é muito comum os pais acharem que esse tipo de situação se trata de brincadeira, e, por isso, não prestarem apoio aos seus filhos. Nessa conjuntura, o bullying acaba se enquadrando no conceito de banalidade do mal, de Hannah Arendt, o qual consiste em comportamentos nocivos praticados com tanta frequência que deixam de ser vistos como um problema e passam a ser banais. Assim, sem apoio familiar e sob intenso sofrimento psíquico, a vítima pode se enxergar sem saída e recorrer ao suicídio. Diante disso, observa-se a importância do apoio emocional de uma família preparada para lidar com esse tipo de situação.       Depreende-se, portanto, que o bullying é um assunto relevante e precisa ser combatido. Para tanto, a escola deve criar uma equipe específica a fim de tratar desses casos. Isso pode ser feito por meio da contratação de psicólogos e pedagogos que farão reuniões mensais com os alunos, de maneira a ensinar às possíveis testemunhas formas de intervir em episódios de violência, diminuindo-os. Ademais, a Secretaria de Assistência Social deve desenvolver um projeto rumo à capacitação dos pais para lidar com o problema. Mediante oficinas e palestras de profissionais capacitados, podem ser expostos modos de detectar comportamentos suspeitos nos filhos e maneiras de oferecer apoio a eles. Fazendo isso, a escola e a família estarão preparadas para protegerem meninos como o do filme.