Enviada em: 06/05/2019

Gonçalves Dias, ao descrever o Brasil na obra ´´Canção do Exílio´´, acentua os aspectos idealizados e ufanistas do país. Longe da concepção Romântica, a realidade nacional, principalmente no que se refere ao combate ao bullying, carece de intervenção. Com efeito, é imprescindível que se discuta acerca do enraizamento da intimidação sistemática na sociedade e da estruturação do ambiente virtual.     Deve-se pontuar, de início, a visão social deturpada sobre o bullying. Hannah Arendt, exímia filósofa alemã, defende que há, na sociedade contemporânea, uma ´´banalização do mal´´, tornando-o um hábito intrínseco ao comportamento coletivo. Sob tal ótica, fica claro que, devido ao modo passivo e negligente com que a sociedade aborda a problemática, sua permanência torna-se incontestável. Logo, é necessário combater, desde a tenra idade, a apatia social frente aos casos de intimidação sistemática.       Vale ressaltar, também, a utilização do ambiente virtual para a prática do bullying. Robert Langdon, professor no filme Inferno, começou a receber estranhas ameaças por mensagens anônimas, fato que o levou ao encontro de situações perigosas. Analogamente ao retratado na ficção, a anonimidade garantida pela internet é responsável por despertar o sentimento de impunidade nos agressores, incitando-os à reincidência dos ataques. Desse modo, é fundamental buscar, dentro dos limites legais, a identificação e posterior punição desses indivíduos.        Elucida-se, portanto, que o bullying é uma problemática não resolvida no Brasil. Com isso, as escolas devem, por meio de aulas sobre relativismo, instruir os alunos acerca da diversidade social, com o intuito de formas indivíduos críticos e conscientes. Ademais, cabe à Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) fiscalizar o ambiente virtual, por intermédio do monitoramento de publicações e comentários nas redes, com o objetivo de identificar os agressores virtuais. Dessa forma, será factível garantir avanços que, de fato, possam aproximar o país daquele descrito por Gonçalves Dias.