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Enviada em: 07/05/2019

Consoante pesquisas realizadas pelo Fundos das Nações unidas para a infância, em 2017, o Brasil é revelado como o 4∘ país com a maior prática de bullying do mundo. Por conseguinte, esse fato reverbera a gravidade desta problemática na sociedade brasileira e evidencia a necessidade de ações efetivas para a sua prevenção. Ademais, têm-se como principais desafios para a evitar essa prática a negligência de pais e professores diante das agressões, bem como a impunidade dos agressores.        Primordialmente, configura-se o bullying como uma violência física ou psicológica, motivada por razões como aparência física, gênero, orientação sexual ou etnia. Nesse cenário, os efeitos para as vítimas são extremamente alarmantes, por exemplo, no âmbito escolar o desinteresse pelas aulas, o déficit de concentração, bem como a depressão e o suicídio. Nesse contexto, o educador Paulo Freire, em sua obra “Cultura e Paz”, ressalta a importância de pais e professores na função de educadores mostrarem às crianças que existem diferenças entre as pessoas e a forma como se deve lidar e respeitar as diversidades. Visto isso, o uso do diálogo sobre respeito e tolerância é uma forma efetiva para a prevenção do bullying no meio educacional.         Outrossim, a naturalização da habitual violência nas escolas acarreta uma falsa ideia de que o bullying é apenas uma brincadeira é ainda mais preocupante no contexto da internet. Nessa senda, a possibilidade de criar perfis falsos acarreta uma falsa ideia de anonimato e impunidade para os agressores. Não obstante, segundo a tese de doutorado da advogada Fernanda Infanger, “Intolerância ao diferente, o problema do bullying”, essa violência se configura como crime de lesão corporal, crime de ameaça e crime contra a honra e são passíveis de punição mesmo se o responsável for menor de idade, de acordo com o Estatuto da criança e do Adolescente. Nessa senda, a certeza de penalidade, deve corroborar para a efetivas ações preventivas ao bullying.        Diante das razões expendidas, o bullying constata-se como um grande prejuízo social e é fulcral a sua prevenção. Dessa maneira, é fundamental a mídia continuar o debate acerca dos malefícios advindos do bullying, por meio da divulgação de ficções engajadas - como as desenvolvidas pela Netflix na série “13 Reasons Why” -, com o intuito de mostrar às famílias e docentes a consequências físicas e psicológicas dessa violência, bem como a importância de se combatê-la. Ademais, cabe ao Ministério Público, em parceria com as escolas, desenvolverem campanhas de alerta aos estudantes, mediante palestras que retratam o bullying como crime - aos quais devem haver exemplos reais de criminosos julgados e condenados-, a fim de que a certeza da punição reduza os índices de bullying no Brasil.