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Enviada em: 07/05/2019

Se todos não rirem não é piada, é bullying!     Agressões verbais, físicas e materiais. Diversas são as manifestações do "bullying no Brasil. Ao longo do processo de formação das instituições educacionais, construiram-se modelos autoritários e repressivos, nos quais os alunos não se sentem à vontade para contar seus problemas e dividir suas dores. Com efeito,  esse panorama de desconstrução do outro, fruto da inaplicabilidade das leis e da banalização desse problema por grande parte da sociedade mostra-se um desafio a ser superado com urgência.     Em primeira instância,  a ineficácia do Estado em aplicar a Lei Antibullying, que já foi sancionada e está em vigor no país, fomenta uma complexa realidade de desconstrução da liberdade do outro, visto que aumenta a sensação de impunidade das pessoas que cometem o crime. Além disso, segundo o Programa Internacional de Avaliação de Alunos, 17% dos estudantes brasileiros afirmam sofrer bullying nas escolas, o que mostra a importância do debate acerca da problemática. Vale ressaltar, também, que tais dados corroboram o fato de a gênese desse problema estar intimamente relacionado ao modelo político-social vigente, no qual a impunidade, infelizmente, com frequência se faz regra.      Em um segundo plano,  a banalização do bullying  motiva uma realidade ainda mais difícil para os que enfrentam esse problema, haja vista fazer com que eles se sintam envergonhados e não denunciem tais crimes. Ademais, essa conjuntura materializa com nitizez a concepção de "Violência Simbólica" refletida por Pierre Bordieu, cuja base sociológica buscava compreender as ações sociais que apesar de não causarem danos físicos, causam danos morais e psicológicos. Com isso, tal reflexão reaviva a problemática enfrentada atualmente, na qual essa grave situação de bullying ainda se faz presente no contexto nacional.    Portanto, é percetível que a inaplicabilidade das leis e a banalização social são desafios para a superação do bullying no país. Visto isso, a fim de garantir acentuada diminuição desse problema, cabe ao Governo Federal, via Ministério dos Direitos Humanos, por meio de políticas públicas de combate ao bullying, ampliar ouvidorias, construir institutos de acolhimento e contratar profissionais especializados, como psicólogos, para lidar com as vítimas. Dessa maneira, construir-se-á uma sociedade mais harmônica e a reflexão de Pierre Bordieu não será mais uma realidade na sociedade brasileira.