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Enviada em: 14/05/2019

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana contra a violência física e psicológica que acontecem nas escolas. Nesse contexto, não há dúvidas de que a reincidência dos casos de bullying é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à displicência escolar, mas também pela falta de estrutura em muitos núcleos familiares.       É importante pontuar, desde o início, a negligência acadêmica quanto a abordagem temática. À guisa do pensamento Kantiano, o ser humano é aquilo que a educação faz dele, sendo assim diretamente influenciado pela sua formação estudantil. As escolas brasileiras, porém, ao se ausentarem do debate sobre temas como respeito, complacência e solidariedade, acabam por formar jovens intolerantes. Tal fato pode ser ratificado pela reportagem do site Folhaape, no qual um rapaz matou 12 adolescentes na Escola Municipal Tasso da Silveira, como resultado da discriminação que sofria. É inadmissível que as escola sejam omissas para os diversos tipos de violências que acontecem, tendo em vista que destroem o emocional de um jovem da forma mais repugnante possível, consequentemente levando-o a protagonizar monstruosidades.         Além disso, destaca-se a falta de empatia como impulsionador do problema. De acordo com o sociólogo Durkheim o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que muitas vezes, lamentavelmente, isso é fruto de um ambiente familiar nocivo, segundo o psicólogo Wanderlei Abadio de Oliveira, pesquisador responsável pelo estudo publicado pelo jornal da usp, tanto as crianças que sofrem bullying quanto as que praticam têm histórico de más relações familiares. Uma vez que essas relações são marcadas pela falta de diálogo saudável e envolvimento emocional.        Logo, medidas estratégicas são necessárias para alterar esse cenário. Para que isso ocorra, o MEC juntamente com o Ministério da Cultura devem desenvolver palestras em escolas, para alunos do Ensino Fundamental e Médio, por meio de entrevistas com vítimas de descriminação que superaram a bolinação, bem como especialistas no assunto. Tais palestras devem ser webconferenciadas nas redes sociais dos ministérios, com o objetivo de trazer mais lucidez sobre o bullying e educar jovens críticos, quanto a qualquer tipo de violência e discriminação praticada. Por fim, é preciso que a comunidade brasileira olhe de forma mais otimista para diferenças das pessoas, pois, como constatou Hannah Arendt: "A pluralidade é a lei a Terra".