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Enviada em: 15/05/2019

Na série norte-americana ''13 Reasons Why'' (Treze Porquês), relata a história de Hannah Baker e os fatores que auxiliaram para a jovem tirar sua própria vida. Nesse sentido, a narrativa foca nas gravações deixadas pela garota após sua morte as quais contém treze motivos que a levaram ao suicídio, dentre eles: agressões físicas e verbais, feitas por colegas na escola, isolamento grupal, discriminação e ameaças. Fora da ficção, esse cenário de bullying também é comum no cotidiano brasileiro em vários colégios e tornou-se um problema social, no qual - seja pela omissão familiar e escolar quanto ao combate das opressões - corrobora para que traumas físicos e psicológicos possam emergir no público juvenil.    Em princípio, cabe analisar a negligência familiar referente ao bullying sob a perspectiva da filósofa alemã Hannah Arendt. Segundo a autora, a sociedade sustenta práticas deploráveis simplesmente por não analisar a repercussão desses atos. Analogamente, na medida que os pais lidam com as opressões com naturalidade e analisam esse aspecto como uma fase normal na vida dos jovens, os responsáveis tornam-se omissos e sustentam hábitos violentos que seus filhos sofrem. Por consequência, cada vez mais vítimas do bullying tendem a emergir, o que favorece para o surgimento de transtornos físicos e psicológicos em vários adolescente, bem como práticas de suicídio.    Ademais, além da negligência familiar, o papel omisso das escolas também auxilia para hábitos violentos e convém ser contestado sob a visão do sociólogo francês Émilie Durkheim. Segundo o autor, o indivíduo só poderá agir na medida em que conhecer o contexto em que está inserido. Dessa forma, o agressor ao conhecer o âmbito do colégio – o qual boa parte dos educadores não conseguem identificar e lidar com a presença do bullying –, tende a permanecer com as violências e até mesmo intensificá-las. Logo, as vítimas de tais agressões, sem nenhuma forma de apoio, apresentam queda no rendimento escolar e, em alguns casos, a reprodução dos ataques.    Diante disso, torna-se evidente que medidas devem ser tomadas. Para isso, o Ministério da Educação, por meio das universidades, deve investir na formação dos futuros professores, de modo a focar na preparação desses, com cursos de capacitação aos finais de semana, para conhecerem formas de identificar e lidar com o bullying. Dessa forma, será possível desconstruir práticas agressivas nos colégios e impedir que hábitos violentos sejam tratados com naturalidade. Além disso, a mídia digital, com postagens em redes sociais, deve destacar aos pais os riscos das opressões na fase juvenil e o reflexo desses atos na vida de seus filhos, a fim de inibir que jovens desenvolvam traumas e cometam suicídios, assim como Hannah Baker na série “13 Reasons Why”.