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Enviada em: 20/05/2019

Aprovada pelo Congresso Nacional em abril de 2016, a Lei Antibullying obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e de combate ao bullying. No entanto, apesar da condenação de tais atos, essa prática ainda é frequente nas escolas brasileiras. Nesse contexto, fatores, como a naturalização dessas ações, bem como a utilização de novas tecnologias como meio para as agressões, contribuem para a permanência nessa prática na sociedade brasileira.         Em primeira análise, deve-se destacar que o bullying é considerado por grande parte da população uma brincadeira. Dessa maneira, essa prática tende a se naturalizar nos costumes de um povo, configurando, assim, o que a filósofa Hannah Arendt de nominou de banalidade do mal. Dessarte, esses atos não assumem caráter maligno para os agressores e para a sociedade, visto que não fogem de um comportamento considerado normal. Entretanto, a pessoa que sofre a ação acaba desenvolvendo traumas físicos e psicológicos, se tornando muitas vezes violento, como foi o caso do indivíduo que executou o Massacre de Realengo, em virtude do bullying sofrido na escola.      Ademais, após a 3ª Revolução Industrial, a população começou a viver em uma sociedade hiperconectada e que passa por um processo de virtualização, conceito que o filósofo Pierre Lévy explica como sendo a perda dos limites entre o real e o virtual. Nessa perspectiva, o mundo virtual se configura como uma nova ferramenta para a prática do bullying, uma vez que os agressores tendem a levar para as redes os insultos praticados fora do mundo cibernético. Essa conjuntura resulta em uma maior exposição da vítima que, tomada por um sentimento de humilhação, acaba tirando sua vida, como é o caso de pessoas que cometem suicídio após terem suas fotos íntimas postadas na internet.       Portanto, a fim de garantir a diminuição do bullying no país, cabe ao Ministério da Educação, órgão responsável por formular e avaliar a política nacional da educação, mediante a oferta gratuita de cursos à noite, horário livre para a maioria do profissionais, instruir professores e responsáveis para identificar e lidar com essa prática de forma a tratar o assunto com seriedade para que a sociedade não a julgue como uma simples brincadeira. Desse modo, a partir da implantação dessas medidas, o combate ao bullying na sociedade brasileira se tornará eficaz.