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Enviada em: 13/08/2019

Violência física, apelidos constrangedores, referências preconceituosas e outros comportamentos agressivos são principais formas pelas quais se pratica o bullying. Embora o emblemático artigo 5º da Constituição Federal proclame que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, não se verifica na realidade tal condição e as práticas de intimidação são um retrato vívido dessa conduta opressiva e violenta. Nesse cenário, o alvo é quem arca com as mais doloridas consequências da prática, que vão desde ao desenvolvimento de transtornos psicológicos até a violência como forma de revidar, o que torna o combate ao bullying uma medida imprescindível.       Em primeira análise, a série televisiva “Os 13 porquês” ganhou notoriedade na mídia após narrar de forma fidedigna os efeitos da intimidação no ambiente escolar. Com efeito, a produção conta a história de uma jovem que tirou a própria vida após sofrer com frequentes humilhações nos ambientes em que frequentava. Por certo, o programa evidencia as consequências mais extremas do bullying, seja no meio escolar ou social, que levam à vítima a desenvolver distúrbios e até pensamentos suicidas em razão da violência sofrida. De fato, de acordo com o relatório publicado pelo Fundos das Nações Unidas pela Infância, a perseguição nos ambientes coloca corpos, mentes e vidas em risco, podendo causar ferimentos físicos e levar à depressão, ansiedade e suicídio.       Outrossim, segundo afirma o sociólogo Karl Marx, as relações sociais ocorrem por vias de poder, reafirmando assim a superioridade de um grupo social que subjuga outro. Nesse sentido, a prática da bullying reforça a agressão de uma maioria social que condena uma minoria que escapa da normatização. Destarte, de acordo com os dados do Programa Sebrace, as causas mais frequentes para a intimidação são a orientação sexual e questões raciais. Por conseguinte, tal prática pode acarretar consequências das mais fatais, como se deu no Massacre de Realengo, em 2011, que levou um jovem, vítima do bullying escolar, proferir disparos que provocaram a morte de 12 jovens na escola que frequentou.       Fica claro, portanto, que o bullying deve ser combatido a fim de promover uma sociedade unida e segura. Logo, cabe ao Ministério da Educação a implementação de disciplinas no currículo escolar que trabalhem a tolerância e a valorização das diferenças presentes nos grupos sociais por meio de dinâmicas coletivas e rodas de conversa entre os alunos. Além disso, deve o Estado reforçar seus programas de combate e campanhas preventivas, como o Dia Nacional do Combate ao Bullying, além de ampliar sua rede de apoio psicológico para as vítimas e agressores, com o fito de viabilizar a solução de conflitos por meio do diálogo entre as partes.