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Enviada em: 31/05/2019

Descartes, filósofo francês, afirmou, com o racionalismo cartesiano, que o homem não pode alcançar a verdade pura por meio de seus sentidos, defendendo a importância da investigação filosófica na apreensão da realidade. No século XXI, alguns temas ainda reforçam essa ideia. A reflexão em torno do enfrentamento do bullying no país, cuja causa está tanto na lógica midiática, como na liberdade virtual, encaixa-se em tal cenário.          De início, deve – se ressaltar o poder da mídia na manipulação dos indivíduos. A ocultação de que realmente acontece no mundo globalizado com a divulgação, apenas, de informações manipuladoras, induz a população a crer que a sociedade está realmente em harmonia. Tal conjuntura se relaciona com a teoria dos “ídolos”, do filósofo Francis Bacon, na qual as falsas percepções humanas atrapalham a compreensão da realidade. Dessa maneira, os homens permanecem imóveis em relação aos preconceitos enfrentados pelos jovens no Brasil, como o bullying; racismo e outros, deixando com que o corpo social entre em estado de desequilíbrio.         Ademais, cabe analisar o poder das redes sociais na manutenção dos índices de bullying escolar. Segundo a Constituição Federal de 1988, a manifestação do pensamento é livre, sendo vedado o anonimato. Essa restrição, entretanto, não é realizada pela maioria dos internautas, os quais criam perfis anônimos e aproveitam a sensação de impunidade para denegrir a imagem do outro, sem respeitar limites éticos e morais. Dessa maneira, a excessiva burocratização para coibir esse tipo de crime faz com que as vítimas não denunciem o preconceito sofrido e, consequentemente, os insultos praticados ultrapassam a internet e atingem o ambiente de ensino. Assim, as constantes ameaças nos dois meios mais importantes de socialização do indivíduo — escola e redes sociais — levam ao desenvolvimento de conflitos psicológicos do aluno.          Fica claro, portanto, que ainda há entraves para resolução do bullying no Brasil, que só será amenizado a partir do momento que medidas forem colocadas em prática. Para que isso seja possível, a Polícia federal, que tem como objetivo fiscalizar maior parte dos crimes virtuais, deve melhorar o funcionamento de sua perícia em relação ao anonimato, por meio de investigações mais criteriosas e punições sem direito a fiança, com investimentos que permitam tal desenvolvimento. Espera - se, com isso, diminuir as ondas de preconceitos e desconstruir a ideia do modo anonimato como arma para ataques psicológicos, que até então é posta em prática por muitos adolescentes.