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Enviada em: 23/06/2019

Bullying é uma perseguição sistemática, que ocorre sobretudo nas escolas, pode manifestar-se de forma física ou psicológica e baseia-se em um desequilíbrio de poder existente entre os envolvidos. Devido a urgência, em 2015 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff a denominada lei antibullying que prevê a adoção de um programa de combate a esses atos específicos. Entretanto, isso não foi suficiente haja vista a tragédia ocorrida em Suzano, no início deste ano. Nessa perspectiva, torna-se imprescindível que seja feita uma análise acerca dessa problemática.  Em primeiro plano cabe ressaltar a importância da normatização do bullying para o cenário nacional. É notório que a lei é extremamente necessária devido a seu papel de prevenção e responsabilização desses atos violentos, ademais um outro ponto a se destacar é a simbologia trazida pela sanção desta lei, uma vez que essa perseguição já foi considerada por grande parcela da população como uma conduta normal e até mesmo necessária ao amadurecimento dos adolescentes. Logo contribuía para invalidar o discurso da vítima e manter essa violência latente na sociedade.  Por outro lado, vale salientar também como empecilho ao combate a essa conduta hostil evidenciada nas escolas, a uma falha dessa instituição e também do núcleo familiar, no que tange as funções que deveriam ser cumpridas por essas. Segundo o sociólogo Émile Durkheim em sua obra As regras sociológicas, publicada no século XIX, a sociedade se mantém coesa mediante um conjunto de regras de conduta que determinam o comportamento dos indivíduos nos grupos sociais, aprendidas principalmente nessas instituições e que são capazes de integra-los à sociedade. No entanto, no contexto atual, o que tem se observado é o distanciamento das relações entre os indivíduos e as instituições e isso tem impossibilitado a identificação desses assédios e a tomada de medidas. Assim o indivíduo poderá não se sentir pertencente a esses grupos, o que possibilita a reincidência de tragédias, tais como ocorreu em Realengo em 2011 e em Suzano como supracitado.  Portanto, a fim de que o bullying seja efetivamente combatido é necessário que o ministério da educação torne obrigatório e disponibilize psicólogos às escolas – não apenas públicas quanto privadas - para que por meio de um acompanhamento mais especifico aos estudantes novos casos sejam evitados.