Enviada em: 16/06/2019

No livro "O triste fim de Policarpo Quaresma", de Lima Barreto, a história do patriotismo exacerbado do major Quaresma foi interrompida por "brincadeiras" constantes da sociedade.O personagem foi motivo de piadas que afetaram o seu psicológico de tal forma que ele foi internado em um manicômio. Fora da ficção, essa forma específica de violência, hoje, seria classificada como bullying. Infelizmente, no Brasil, essa prática está se tornando comum,  não só nas escolas, e precisa de soluções.       Durante muito tempo, o bullying era uma agressão silenciosa. Nas escolas, não há uma abordagem eficiente do assunto e por conta disso o número de vítimas tem aumentado e segundo o filósofo Habermans o diálogo é a melhor "arma" contra qualquer tipo de violência. No livro, Lima Barreto demonstrou como a sociedade da época não sabia ou não se importava que as suas atitudes tivessem prejudicado tanto o personagem. Assim, a ausência de um debate sobre o bullying, tanto por agressões físicas ou psicológicas, tem tornado o espaço inclusivo das escolas em um ambiente doloroso para um em cada 10 estudante de acordo com o PISA.         Além disso, essas formas de agressão ganharam um espaço maior com o advento da internet e das redes sociais. O "cyberbullying" também é um problema grave no país e que afetam pessoas de diversos ambientes. Desde o ambiente educativo até as empresas, o número de vítimas têm aumentado principalmente pela sensação de anonimato e impunidade dos agressores no vasto campo da web. De acordo com Manuel Castells a sociedade vive a "Virtualidade Real", consistindo em valorizar mais a opinião das pessoas na rede, tornando o bullying ainda mais cruel.          Portanto, o combate ao bullying no Brasil deve ser prioridade dos Governos e da sociedade. Assim, cabe ao Governo através do MEC, ampliar ainda mais o debate sobre essa violência desde a educação infantil até a faculdade com psicopedagogos dando palestras. Além disso, a sociedade deve denunciar os casos reais e virtuais do bullying. Somente dessa forma não haverá um "triste fim" para milhões de brasileiros.