Materiais:
Enviada em: 10/06/2019

No universo de Hogwarts, da autora J. K. Rowling, a Escola de Magia e Bruxaria é, diversas vezes, palco para a prática de bullying. Luna Lovegood, por exemplo, apesar de não se importar, sofria inúmeras piadas de mau gosto, enquanto Draco Malfoy, que lidava com problemas pessoais e familiares, praticava bullying com os colegas para se sentir melhor. Assim como no universo mágico e fictício de Hogwarts, no Brasil, as escolas também são, muitas vezes, palco para a prática de bullying e, para combatê-lo, é preciso conhecer as raízes do problema que levam a graves consequências.       Em primeiro lugar, um dos principais motivadores é a visão que os jovens têm da violência como forma de poder. Isso faz com que crianças e adolescentes pratiquem o bullying, principalmente em ambiente escolar, por acreditarem que utilizando da violência – seja ela física, verbal ou psicológica – vão se tornar mais populares e poderosos. Além disso, a questão da desestruturação familiar também é causa da prática de bullying, pois em diversas famílias que sofrem com esse problema, a relação afetiva é de baixa qualidade e a violência familiar e doméstica acaba predominando, o que pode tornar o jovem tanto alvo de bullying, quanto o agressor, como Draco Malfoy do universo de J. K. Rowling.       Outrossim, a prática do bullying gera consequências negativas à vítima. Diferente de Luna Lovegood do universo de Hogwarts, a maioria dos jovens se importa com as intimidações e acabam apresentando questões psicológicas como baixa autoestima, insegurança, medo, ansiedade e depressão e esses efeitos negativos, apresentados por indivíduos que já sofreram bullying, podem levar, até mesmo, ao suicídio. Em 2011, no Rio de Janeiro, por exemplo, um ex- aluno, que sofria bullying em sua época de escola, invadiu o colégio onde estudou em Realengo, atirou em diversos alunos presentes e depois cometeu suicídio. Dessa forma, percebe-se que a intimidação sistemática, além de uma questão escolar, é um problema de saúde pública.        Fica claro, portanto, que o bullying persiste no ambiente escolar e deve ser combatido. Para isso, cabe às escolas – públicas e privadas – realizarem atividades que vão além das campanhas educativas contra a violência sistemática prevista em lei, dessa forma, as Instituições devem incentivar rodas de discussões, atividades práticas de respeito à diversidade e incentivo à solidariedade, dentre outras ações. Além de incentivarem um bom convívio e o respeito entre alunos, um núcleo de apoio psicológico também deve ser implantado no ambiente escolar, uma vez que vítimas de bullying sofrem constantemente com questões psicológicas. Dessa maneira, aqueles que necessitarem de ajuda podem buscar esse serviço na própria escola.