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Enviada em: 27/06/2019

Desde o fenômeno da Revolução Francesa, entende-se que a força da mudança advém da capacidade de um se mobilizar com o problema do outro. No entanto, quando observamos o problema do bullying no Brasil, verifica-se que essa força é constatada na teoria e não desejavelmente na prática, seja pela omissão do Estado em não criar medidas efetivas de repressão, seja pela forma como a sociedade olha com naturalidade diante do problema. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tais atitudes para a sociedade.        Em primeira análise, é importante destacar o papel do Estado nessa problemática. Immanuel Kant, em uma breve análise, teceu o argumento de que o ser humano é produto de sua educação e, portanto, o que lhe é passado na juventude tende a repercutir na sua vida adulta. Em análise a isso, a falta de investimentos na educação, a má administração pública e a falta de políticas de repressão a casos de bullying do nível básico até o nível médio nos mostra que há muitas falhas que possibilitam a ocorrência de casos de perseguição escolar. Casos emblemáticos como o massacre em Suzano, ocorrido no Rio de Janeiro, ou ainda, o mais conhecido, que ocorreu nos Estados Unidos, o massacre de Columbine, nos mostra de forma firme as consequências que o bulliyng pode causar nos jovens.       Ademais, é importante salientar o papel da sociedade nesse conjunto problemático. O sociólogo Émile Durkheim, em sua teoria do corpo biológico, propôs que a sociedade deve ser comparada a um organismo vivo e que, portanto, deve agir em união conjunta para garantir sua sobrevivência. Diante disso, fica claro que casos de perseguição, principalmente no ambiente escolar, deve ser totalmente repreendido e denunciado, pois o papel de cada um na sociedade é garantir que a vida em harmonia seja o objetivo principal. Um exemplo que ocorre no Brasil, de alunos que vigiam e denunciam práticas inadequadas, ou mesmo, ilegais, são dos colégios militares, pois dentre alguns alunos são escolhidos fiscais que possuem o papel de observar e reportar condutas inadequadas.       Fica evidente, portanto, que o problema do bullying na sociedade é uma mazela estrutural. O governo federal, em ação conjunta com o Ministério da Educação e Planejamento, deve criar uma comissão especial com objetivo de analisar, observar e propor a criação de medidas que visem coibir casos de bullying, além de dar suporte total as jovens que estão passando ou passarão por isso e, em alguns casos, oferecer punição mais severa como forma de repressão a fim de garantir os direitos inerentes aos jovens, conforme prevê nossa constituição. A sociedade deve atuar de forma mais humana e menos egoísta como indicou Durkheim em sua teoria. Talvez, se seguirmos, tais recomendações possamos alcançar uma sociedade mais justa e igualitária.