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Enviada em: 03/07/2019

Na obra ''O Ateneu'', de Raul Pompéia, o personagem relata memórias de uma infância marcada por agressões físicas e psicológicas advindas de seus colegas no internato em que viveu. Não tão distante da literatura, o Brasil vive, hoje, um problema semelhante: a questão do bullying. Esse fenômeno que tem raízes, sobretudo, ligadas a padrões sociais pré-definidos tem gerado graves danos às vítimas, além de encontrar nas redes sociais um cenário favorável à sua perpetuação.   É importante pontuar, de início, que a prática do bullying tem suas origens pautadas no fenômeno da coerção social. Essa ideia, proposta pelo sociólogo Emilie Durkheim, defende que os indivíduos de uma sociedade  se veem fortemente influenciados a seguir padrões sociais impostos. Desse modo, aqueles que não se adequam a tais características são os mais suscetíveis ao bullying, sofrendo constantes agressões físicas e psicologicas. Em consequência disso, como relatado naobra literária, observa-se uma forte tendência de desenvolvimento de problemas psicológicos e comportamentais nas vítimas, afetando, assim, suas relações intra e interpessoais.   Ademais, o bullying encontra no ambiente virtual um local favorável a sua perpetuação. Isso decorre, principalmente, da rápida disseminação de ideias nas redes sociais, alcançando um grande número de pessoas em pouco tempo. Desse modo, a prática do bullying no meio virtual se torna ainda mais cruel, já que a vítima está sujeita a uma exposição ainda maior. Além disso, o anonimato propiciado pelas redes sociais dificulta a identificação dos agressores que ficam, muitas vezes, impunes ao ato.    Frente ao exposto, fica evidente a necesidade do combate ao bullyng no país. Para isso, medidas devem ser tomadas já na infância, a fim de evitar que essa prática se propague nos anos posteriores. Para tanto, as escolas devem promover palestras acerca da gravidade do bullying, com a finalidade de conscientizar os alunos das implicações decorrentes dessa prática. Por fim, o Poder Legislativo deve trabalhar na criação de leis mais severas quanto ao cyberbullying, para  que os agressores não fiquem impunes aos ataques. Assim, poderemos assegurar que o bullying seja mera obra ficcional.