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Enviada em: 24/07/2019

O seriado americano "Todo mundo odeia o Chris", da década de 1980, retrata a vida de um adolescente negro que sofria constantes humilhações de seus colegas no âmbito escolar. Fora da ficção, tal realidade assemelha-se com o cotidiano de muitos jovens brasileiros: a crescente influência das mídias socais atrelada ao não cumprimento do papel social das escolas e família dificulta o combate dessa mazela e faz com que o bullying ainda seja uma problemática na sociedade brasileira, sendo imprescindível uma análise para dissolução dessa conjuntura.       Em primeiro lugar, é importante destacar um aspecto da sociedade atual que contribui, consideravelmente, para intensificação dessa ação coercitiva: a internet. Nesse sentido, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, o Brasil é o segundo país com maior incidência de casos de cyberbullying no mundo. Prova disso, ocorreu no estado de Pernambuco com a estudante Julia Gabriele, vítima de ofensas e humilhações -nas mídias sociais- devido a sua aparência física. Tal realidade, corrobora para o efeito nocivo do bullying atrelado as redes sociais e vai de encontro a Lei de Combate a Violência Sistemática.        Em segunda análise, vale ressaltar, ainda, a influência familiar e inércia escolar na persistência da problemática. Sob essa ótica, consoante a Teoria da Tábula Rasa de John Locke, o ser humano é como uma folha em branco preenchida por experiências e influências. Seguindo essa linha de raciocínio, pode-se levar em consideração que as práticas adotadas pelos jovens que praticam bullying tem origem no cotidiano de sua família, em discussões, desentendimentos, entre outros. Nessa perspectiva, a escola,também, acaba sendo omissa e fechando os olhos para o problema, uma vez que não traz para dentro da instituição de ensino debates sobre empatia e respeito ao próximo. Assim, urge um trabalho em conjunto entre escolas e famílias para desconstruir esse cenário.        Portanto, medidas são necessárias a fim de mitigar essa mazela. Para tanto, urge, em primeiro lugar, que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) crie, por meio de verbas governamentais, campanhas publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento das mídias sociais e sua utilização segura e advirta os internautas dos perigos dos crimes cibernéticos, para que o interlocutor crie o hábito de utilizar a internet de forma consciente. Concomitante, cabe as Secretarias Municipais de Educação em parceira com as escolas promover saraus e palestras com mestres em relações interpessoais, no intuito de criar nos pais e alunos um sentimento de alteridade, mostrando a importância de colocar-se no lugar do outro e ,assim, será possivel minimizar a prática do bullying.