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Enviada em: 24/07/2019

Com o acontecimento das revoluções industriais e estabelecimento do capitalismo como um sistema homogêneo em escala mundial, a economia mercantil garantiu que a individualização tornasse-se intrínseca no meio social, onde as consequências desse modo de agir ao tomarem grandes proporções, deixam tão somente de ser um problema social, como também de saúde pública.   É indubitável que a cultura individualista esteja entre as causas do problema. Segundo Hegel, a cultura impõe determinada visão de mundo, onde seus fins são impessoais e coletivos. Assim, observa-se que este apreço narciso e individualista contemporâneo está diretamente interligado com o exorbitante crescimento dos casos de bullying no Brasil e no mundo, uma vez que a manutenção de ações e pensamentos que prezem pela superioridade de um em prol do outro, quando postas em práticas discriminatórias, como agressões físicas e psicológicas, bem como exclusão da vítima, estas causam danos que alimentam o ciclo de problemas de saúde, principalmente os de natureza psíquica, como ansiedade e depressão, além de distúrbios alimentares tais quais obesidade, bulimia e anorexia.   Análogo a isso, o antropólogo Clifford Geertz afirma que o ser humano é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, sendo a cultura essas teias. Desse modo, entende-se a relatividade da cultura de importância dos meios comunicativos e televisivos na manutenção e propagação do bullyng em meio social, uma vez que o individuo está amarrado nas teias dos padrões  do socialmente aceito, sejam eles os comportamentais, de beleza e do agir, que ele mesmo teceu, ou seja, construiu, os quais são amplamente difundidos e afirmativos pelos meios supracitados. De modo que tão intrínseco ao ser e ao seu modo de pensar, àqueles que divirjam desse concepção construída sofrem ataques por suas diferenças, onde aprofunda e universaliza o desconforto da vivência consigo.   Torna-se claro, portanto, a precisão de alternativas que contornem a situação de bullying no país. Em decorrência disso, a população em núcleo familiar deve introduzir a importância do respeito às diferenças no ensino a uma vivência coletivamente de forma respeitosa, bem como a valorização do diálogo para facilitação da recorrência à ajuda caso algum membro seja vítima de agressões, de modo que ao prezar pela adversidade, o ciclo cultural da individualização seja substituído pelo coletivo.  Os meios de comunicação e entretenimento, por meio de propagandas, publicidades, filmes e séries devem abranger o entendimento de padrões, flexibilizando e prezando pelo entendimento de que a diferença e o respeito é o que prioritariamente devem ser socialmente aceitos. O Ministério da Saúde deve trabalhar na reabilitação de vítimas, disponibilizado centros de apoio, com psicólogos e psiquiatras, de forma gratuita, de modo que assim, o bullying seja diminuído, e por fim erradicado.