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Enviada em: 15/08/2019

No drama "Preciosa", a protagonista negligenciada pela mãe e violentada pelo pai, com apenas 16 anos e um filho, ainda precisou enfrentar os insultos na sala de aula, os quais contribuíram para seu isolamento e consequentemente distanciamento escolar. Fora da ficção a realidade não é diferente, visto que prática como essa, denominada "Bullying", palavra originária do inglês, mostraram-se constantes no Brasil entre os jovens. Nesse diapasão, a improficiência das campanhas "anti bullying" é um fator contribuinte para a deslegitimação do combate ao bullying, o que acarreta em graves consequências para as vítimas e toda uma sociedade, fazendo-se necessárias medidas para mitigar essa problemática.          A princípio, apesar da existência de campanhas como "O dia Nacional de Combate ao Bullying", "celebrado" no dia 7 de abril, sua ineficácia contribui para o agravamento do bullying no Brasil, considerando o importante papel da mídia enquanto influenciadora de massa. Desse modo, essa forma de violência perene e preocupante, deve ser exposta e discutida na mesma recorrência em que o assunto é experienciado, ou seja, regularmente, e não de maneira eventual como é tratado hodiernamente, pois descredibiliza a importância contínua sobre o assunto, no qual possui inúmeros impactos sociais.          Ademais, esse tipo de agressão, seja tanto em âmbito escolar quanto midiático, resulta em grandes sequelas não só para as vítimas, mas para o meio que a cerca. Nesse contexto, além de gerar consequências físicas e psicológicas nas vítimas, essas podem reproduzir seus danos em outrem, conforme denota a teoria "Habitus", do sociólogo Pierre Bourdieu, na qual a sociedade incorpora as estruturas que são impostas a sua realidade, e por fim, reproduzem. Em decorrência disso, essa teoria comprova-se no trágico massacre de Suzano, em maio de 2019, onde os agressores, foram vítimas de bullying, anteriormente, pelos colegas de classe, de acordo com relatos da família e perícia.              Em suma, está claro que o bullying no Brasil tornou-se um problema público. Portanto, é mister o auxílio dos canais midiáticos, sejam esses de televisão aberta, visando auxiliar a família na identificação da presença do bullying em seus filhos, por meio de campanhas, nas quais listam os sintomas de agressores e vítimas dessa violência. Bem como, é imprescindível o papel das escolas em identificar alunos que sofrem e praticam esses atos de violência, por meio da fiscalização e introdução de salas de mediações supervisionadas por profissionais qualificados, a fim de fornecer o suporte para resolução de conflitos entre os alunos, pelas mediações, nas quais proporcionem a reflexão desses alunos sobre seus atos e consequências, evitando que a teoria Habitus de Bourdieu se secunde.