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Enviada em: 15/08/2019

Dados de uma pesquisa realizada pela Folha de São Paulo aponta que 40% dos estudantes entrevistados já foram vítimas de violência na escola. Hodiernamente, o aumento de casos registrados de bullying tem chamado a atenção de especialistas, visto que o ambiente escolar está deixando de ser sinônimo de segurança para se tornar um ambiente perigoso. É incontrovertível que a negligência familiar e o descontrole nas relações de poder são fatores que influenciam diretamente na cultura de violência escolar no Brasil.       De fato, a negligência familiar na educação dos alunos é um fator determinante na continuidade do problema. De acordo com o sociólogo Talcott Parsons, a família é uma máquina que produz personalidades humanas. Visto que o ambiente familiar é a base da formação educacional, é de responsabilidade da família acompanhar o desenvolvimento social do estudante na escola, assim como desenvolver valores como o respeito às diferenças. Logo, a participação ativa da família no processo educacional é de fundamental importância para combater o bullying.       Outrossim, o descontrole nas relações de poder interfere na manutenção da paz no ambiente escolar. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, a violência simbólica consiste de interdição desenvolvida com base em um respeito que "naturalmente" se exerce de um indivíduo para o outro. Sendo assim, o bullying configura uma violência simbólica, pois a dinâmica do agressor é a intimidação da vítima para se sentir superior e respeitado. Desse modo, deve-se interferir diretamente nos grupos a fim de quebrar o ciclo da violência no ambiente escolar.       Torna-se indispensável, portanto, estimular a participação familiar no processo educacional e equilibrar as relações sociais na escola. Para isso, o Ministério da Educação deve criar, em parceria com as secretarias municipais e estaduais, um projeto que vise integrar pais, alunos e educadores no processo educacional através de debates, consultorias e encontros pedagógicos. Como também, o Ministério da Educação deve articular campanhas em parceria com psicólogos e psicopedagogos que visem quebrar o ciclo do bullying, incentivando o diálogo e o respeito no ambiente escolar. Com essas medidas, será possível aumentar a participação familiar e promover a cultura de paz nas escolas do Brasil.