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Enviada em: 18/08/2019

No drama “Preciosa”, a protagonista negligenciada pela mãe e violentada pelo pai, com apenas 16 anos e um filho, ainda precisou enfrentar os insultos em sala de aula, os quais contribuíram para o seu isolamento e consequentemente distanciamento escolar. Fora da ficção, a realidade não é diferente, visto que práticas como essas, denominadas “bullying”, palavra originária do inglês, mostraram-se constantes no Brasil entre os jovens. Nesse diapasão, a improficiência das campanhas “anti bullying” é um fator contribuinte para a deslegitimação do combate ao bullying, o que acarreta graves consequências para as vítimas e toda uma sociedade, fazendo-se necessárias medidas para mitigar o problema.         A princípio, a ineficácia das campanhas em combate ao bullying contribui para o agravamento dessa prática no Brasil, tendo em vista o importante papel da mídia enquanto influenciadora de massa. Desse modo, de acordo com o Mito da Caverna, do filósofo Platão, o conhecimento permite que o homem esteja a par da verdade e estabelece o pensamento crítico. Nesse contexto, a participação de campanhas na mesma recorrência em que o assunto é experienciado, ou seja, regularmente, e não de forma eventual como é tratado hodiernamente, enfatiza a importância contínua sobre esse assunto, no qual possui inúmeros impactos sociais.          Ademais, esse tipo de agressão, seja tanto em âmbito escolar quanto midiático, resulta em grandes sequelas não só para as vítimas, mas para o meio que a cerca. Tendo em vista esse aspecto, além de gerar consequências físicas e psicológicas nas vítimas, essas reproduzem seus danos em outrem, conforme denota a teoria “Habitus”, do sociólogo Pierre Bourdieu, na qual a sociedade incorpora as estruturas que são impostas a sua realidade, e por fim, reproduzem. Em decorrência disso, essa teoria comprova-se no trágico massacre de Suzano, em maio de 2019, onde os agressores foram vítimas de bullying, anteriormente, pelos colegas de classe, de acordo com relatos da família e perícia.            Em suma, está claro que o bullying no Brasil tornou-se um problema público. Portanto, é mister o auxílio dos canais midiáticos, sejam esses de televisão aberta, visando auxiliar os pais e familiares na identificação da presença do bullying em seus filhos. Além disso, é imprescindível o papel das escolas em identificar alunos que sofrem e praticam esses atos de violência, através da fiscalização e introdução de salas e mediações supervisionadas por profissionais qualificados, objetivando fornecer o suporte para a resolução desses conflitos entre alunos de maneira saudável, por meio de mediações que proporcionem a reflexão desses alunos sobre seus atos e suas possíveis consequências, evitando que episódios como o da escola de Suzano se repitam.