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Enviada em: 18/04/2018

Através do estudo das relações predatórias, nota-se a influência direta que cada animal exerce sobre as cadeias alimentares. Com efeito, a quebra do equilíbrio da rede trófica de uma comunidade ecológica pode ter consequências catastróficas e irreversíveis para o meio ambiente. Contudo, por mais grave que seja esse risco, o comércio ilegal de animais silvestres continua sendo uma prática ativa e lucrativa, devido à baixa conscientização por parte dos receptadores e à pouco efetiva fiscalização governamental.        A inspeção e vigilância dos habitats naturais é o aspecto mais relevante no combate à essa modalidade de tráfico. Contudo, as regiões onde ocorrem as capturas, tais como matas e florestas, são pouco povoadas, têm difícil acesso ou possuem outros fatores contingenciais que tornam o policiamento muitas vezes inviável. A fim de elaborar ferramentas que permitam realizar supervisões mais factuais dessas áreas, projetos científicos ligados à Universidades públicas têm desenvolvido ferramentas de rastreio e reconhecimento da origem dos animais, investindo no monitoramento à distância.        O incentivo a esses projetos se faz muito necessário, uma vez que a futura utilização dos aparatos por eles criados certamente pode tornar a fiscalização mais efetiva. No entanto, é impossível eliminar o tráfico de qualquer natureza enquanto houver demanda pelo bem que ele fornece, sem que haja forte participação popular. É preciso que a população, consciente dos efeitos que a extinção ou redução drástica dos animais silvestres pode causar, empenhe-se em denunciar os traficantes e receptadores.       Desse modo, deve-se estimular a pesquisa científica em prol da preservação da fauna brasileira e propagar informações acerca dos impactos ambientais decorrentes de quebras nas cadeias alimentares. Para isso, é preciso que o Governo Federal garanta que as Universidades e outras Instituições científicas públicas tenham verba e condições estruturais suficientes para desenvolver suas atividades e que Ministério do Meio Ambiente, utilizando-se das redes sociais, meios de comunicação e instituições de ensino, forneça canais de denúncia e realize cursos educativos gratuitamente, principalmente nas regiões de maior risco ambiental. A solução para o comércio ilegal de animais ocorrerá, portanto, a partir da união de esforços governamentais e populares.