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Enviada em: 29/08/2018

A obra intitulada "Rio", de Carlos Saldanha, discorre a respeito de uma arara que foi raptada por contrabandistas e vive em condições precárias. Apesar de toda a subjetividade, ficção e realidade estão intimamente ligadas ao tratar-se do tráfico de animais, a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre legado histórico e conduta moral. Dessa forma, faz-se necessária uma análise desse hábito tão nocivo, porém já enraizado, além de soluções para combatê-lo.  Considera-se, antes de tudo, que a questão ética influencia ativamente na problemática. Uso de animais para experimentos na indústria de cosméticos, confecção de roupas e calçados são algumas das mais variadas práticas retrógradas que ratificam o agravamento da temática. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela efemeridade e fluidez das relações. Nesse contexto, o preceito de Bauman corrobora sobre como a existência de uma ótica dominante perde a oportunidade de gerar um bom relacionamento entre o homem e a fauna. Tal fato é corroborado ao citar o uso de animais traficados no campo científico, uma vez que os mesmos vivem em condições injustificáveis e participam de testes que os machucam - de acordo com jornal "El País", essa prática movimenta um setor bilionário e já cresceu em mais de 5%.   Analisa-se, também, a questão constitucional e sua aplicação como causas do problema. Conforme o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" facilita a implementação de âmbitos morais. Concomitantemente, é possível perceber que a justiça brasileira caminha em sentidos contrários ao princípio do filósofo, dado que o âmbito legislativo e sua punição inadequada aliada à falta de fiscalização culmina no agravamento do tema abordado. Dessa forma, o reforço da prática da regulamentação de leis rígidas como forma de combate ao quesito é uma necessidade, e não um fato opcional.  Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse, garantindo assim, a segurança e integridade dos animais. O Governo Federal, junto às ONGs, deve investir e fiscalizar as leis já existentes, a fim de cumprir com a sua Constituição, seja por meio do uso de tecnologias que facilitem investigações, por exemplo, programas de monitoramento por meio de satélites, além da aplicação de multas e penas rigorosas para quem infringir o legislativo, utilizando o dinheiro dos impostos para efetivar tais propostas. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, utilize a ficção engajada para difundir a importância do quesito, por meio de dados, matérias jornalísticas, documentários e jornais. Só assim, com a mobilização de um todo, haverá mudanças.