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Enviada em: 03/10/2018

O filme Rio, animação do diretor brasileiro Carlos Saldanha, conta a história de Blu, uma arara-azul macho que é trazida para o Brasil para acasalar com uma fêmea na tentativa de salvar sua espécie da extinção. Apesar de ser um filme para crianças, Rio faz um alerta sobre o comércio ilegal de animais silvestres, prática que persiste na realidade brasileira. Diante disso, cabe avaliar os aspectos que contribuem para a problemática.             Em primeiro lugar, vale ressaltar que a Lei 5.197 de 1967, assegura proteção e proíbe quaisquer formas de caça e comércio de animais silvestres. Conquanto, mesmo após meio-seculo, o tráfico de animais silvestres persiste  e comprova que o ideal está distante da realidade. Esse cenário deve-se especialmente ao fato do Brasil possuir uma rica biodiversidade em sua fauna, com essa característica o país torna-se alvo constante de traficantes de animais. Consoante a isso, as leis que não são severas para quem comete o crime, deixa ainda mais promissora a contínua prática do comércio dos animais silvestres, que segundo o Ibama ocorre em 90% do território brasileiro. Diante disso, os criminosos ficam impunes, continuam com as práticas ilegais e o Estado não fornece meios viáveis para combater o problema.             Além disso, outro fator que contribui para o impasse é o contexto sociocultural dos brasileiros, uma vez que desde o período colonial Pero Vaz de Caminha relatou as belezas naturais existentes no Brasil. Não obstante, durante a ditadura militar, a política de ocupação da Amazônia intensificou o processo de desmatamento e consequentemente a visão de usufruto de todos os recursos existentes, assim como os animais silvestres. Ademais, com essa exploração que resultou na redução de habitats e nichos-ecológicos, a fauna passou a ser mais vista pelo o homem. Dessa forma, ocorreu  o lamentável desenvolvimento do comércio ilegal desses animais, uma prática que passou a ser vista como algo não criminoso diante da população brasileira.       É evidente que medidas são, portanto, necessárias para resolver o impasse. Segundo Nelson Mandela, são as ações positivas as responsáveis pela mudança do mundo. Diante disso, cabe ao Governo Federal junto ao Ministério do Meio Ambiente, criar um sistema eficiente de fiscalização nas florestas brasileiras com o apoio do Ibama e das forças militares, a fim de combater os traficantes e caçadores, por meio de prisões e investigações. Outrossim, a população deve ter papel ativo para a solução do problema, através de denúncias por  vias online ou mesmo ramais de telefonia. Por fim, o Legislativo deve criar leis que punam de forma mais severa os criminosos e torne o tráfico de animais silvestres crime hediondo. Destarte, o Brasil será um país tão ideal quanto as suas leis.