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Enviada em: 04/06/2019

De acordo com Mahatma Gandhi, ativista e pacificador indiano, a grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados. Contudo, ao traçar um paralelo entre a perspectiva do líder revolucionário e a realidade das espécies silvestres no Brasil, constata-se um lamentável quadro: o comércio ilegal desses animais. Nesse sentido, em um país reconhecido pela riqueza da sua fauna, torna-se necessário o debate sobre formas de combater essa questão. Assim, é lícito afirmar que a problemática da comercialização irregular ocorre, ora em função da ineficiência do supervisionamento estatal, ora pela postura irresponsável de parte da sociedade.       Em primeiro lugar, evidencia-se a inobservância estatal no que se refere à fiscalização dos habitats naturais  dos animais silvestres. Tal lógica é demonstrada na quase inexistente atuação das Forças Armadas em ecossistemas visados por traficantes e caçadores de animais, como na Amazônia, por exemplo. Ou seja, a ausência de medidas do exército em relação à proteção da fauna contribui para dar continuidade, de certo modo, ao comércio ilegal. Logo, é substancial a alteração desse quadro, que vai, hodiernamente, na direção contrária do que países desenvolvidos fazem em relação à preservação de suas espécies.    Outrossim, é imperativo pontuar que a dificuldade em combater o comércio ilegal de animais silvestres deriva, ainda, do comportamento de parcela da sociedade civil, no que concerne à aquisição de espécies em feiras livres e até mesmo de vendedores na web. Nesse contexto, apesar do conhecimento prévio sobre a ilegalidade de tal ação, o indivíduo, motivado pela certeza da impunidade, sente-se legitimado a comprar um papagaio, arara, etc. Sob esse aspecto de desobediência civil à legislação da nação, Thomas Jefferson, estadista norte-americano, diz: ''A aplicação da lei é mais importante que a sua elaboração''. Nota-se, assim, que melhor do que criar dispositivos mais rígidos, é dar boa aplicabilidade prática aos que já existem.       Infere-se, portanto, que combater o comércio ilegal de animais silvestres é um grande desafio em terras tupiniquins. Posto isso, o Ministério da Defesa - diretório superior do Exército Brasileiro - deve, a fim de aumentar as bases militares de combate à caça e ao tráfico de animais silvestres, construir, por meio de captação de verba pública, bases militares em perímetros da Floresta Amazônica, Mata Atlântica e outros ecossistemas visados por criminosos. Ademais, as Polícias Estaduais Civis e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais, com o intuito de mostrar à sociedade o cumprimento da lei, devem intensificar, com blitz, a fiscalização e apuração de crimes dessa natureza. Dessa forma, o pensamento de Gandhi poderá ser visto na prática.