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Enviada em: 06/05/2017

No filme Rio, o autor buscou chamar atenção sobre a realidade do tráfico de animais no Brasil  retratando  os empasses das vidas de Blu e Jade, aves capturadas para serem comercializadas. Nesse contexto, relaciona-se o atual comércio ilegal desses seres vivos, que cresce de forma indiscriminada e prejudica a estrutura dos ecossistemas, visto que várias espécies foram extintas. Entretanto, o combate a essa prática não é difundido e não apresenta a notoriedade necessária. Infere-se portanto, que devido ao sentimento capitalista proveniente do hedonismo, somado à desvalorização da natureza e à falta de fiscalização do governo corroboram para o surgimento de um cenário em que os animais têm sua liberdade roubada.      Como herança do hedonismo, traço do Renascimento, as pessoas passaram a buscar apenas a satisfação individual, tornando-se egoístas. Com a inserção do modelo capitalista na sociedade, esse egoísmo passou a estar atrelado à busca pelo capital. Ao contexto, relaciona-se o crescimento do comércio ilegal de animais e a dificuldade no seu combate pois devido ao caráter altamente lucrativo dessa atividade ilícita, o contrabando de animais cresce de forma desordenada. O Brasil abriga mais de 10% das espécies catalogadas e devido a essa abundância, é um dos principais alvos do contrabando de animais silvestres.         Na Primeira Geração do Romantismo, a natureza e seus componentes eram valorizados e enaltecidos, como no poema ''Canção do Exílio'', de Gonçalves Dias. Em contraste, a imagem desses perante a sociedade  contemporânea encontra-se desvalorizada, e essa desvalorização culmina no aumento da ação antrópica sobre a natureza. O aumento no tráfico de animais encontra-se ligado de forma intrínseca à essa perda do ''amor à terra'', pois é a partir desse sentimento que a natureza e os animais passam a funcionar em função do homem como ferramentas do capitalismo. Portanto, por ser tão rentável, a repercussão sobre o combate a essa prática encontra-se cada vez menos difundida.          Segundo o revolucionário Friederich Engels ''Um grama de ação vale mais que uma tonelada de teoria.'' Nesse sentido, surge a falta de rigor do governo perante a questão do combate ao tráfico de animais, que possui leis, mas que apresentam falha aplicabilidade e gerenciamento. Faz-se necessário por parte do Estado, a criação de propagandas midiáticas, visto que trata-se da maior ferramenta persuasiva, que retratem e propaguem o incentivo à preservação da fauna brasileira. Além disso, a criação de campanhas que incentivem a ''extinção de gaiolas'', ou seja, a eliminação das barreiras que possam limitar o animal silvestre. Por parte da população, cabe a reflexão de que o tráfico de animais cresce porque a procura é grande, portanto, se ninguém compra, ninguém vende.