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Enviada em: 11/08/2017

O ser humano é somente uma entre as 8,7 milhões de espécies no mundo, como mostra estimativa feita em pesquisa publicada na revista científica PLoS Biology, porém, ainda assim, devido ao narcisismo do homem, sente-se superior a esses seres vivos com os quais divide o planeta. Assim, por muitos, não é valorizada a existência desses indivíduos e sua importância na manutenção da nossa casa, a Terra. A prova disso é a necessidade de combater o comércio ilegal de animais silvestres que, no Brasil, preocupa pelo risco de extinção de animais como a ararina-azul e o mico-leão-dourado.       Durante o período pré-colonial, no qual os portugueses extraíam riquezas do Brasil por meio de suas feitorias, um dos "produtos" que levavam daqui eram os papagaios, pois encantavam pela imitação da voz humana que faziam. Logo, essa objetificação de animais silvestres é um problema que se fixou na concepção dos brasileiros, diferentemente dos ideais indígenas, que já viviam nessa terra, de proteção e respeito aos outros seres vivos e à natureza em geral. Portanto, quando se atenta ao encantamento gerado pelo bicho, o homem se acha no direito de mantê-lo em cativeiro. Ratifica-se isso com os dados apresentados em reportagem do portal G1, na qual menciona quadrilha que detinha 96 animais silvestres em cativeiro no Ceará, além do porte de 16 armas de fogo, em março de 2017.       Consequentemente, ocorre a manutenção dessa ideia de superioridade humana diante dos outros seres e do planeta, interferindo de maneira negativa no equilíbrio dos ecossistemas, ao aceitar comprar um animal que deveria estar livre e em lugares onde tampouco ocorresse o convívio entre selvagem e urbano. Ademais, há mais de 50 anos que, segundo as leis ambientais, é crime tomar do ambiente natural e vender esses indivíduos, ou seja, além de prejudicial é ilegal, acarretando em prisão para aqueles que mantiverem cativeiros. Outrossim, retirar do habitat já é considerado mau trato, além disso, para vender, os traficantes prendem em gaiolas, caixas e até usam fitas para colar os bicos dos pássaros, por exemplo, e permitir que sejam enviados pelo correio como alertou o portal Fauna News ,em março de 2016, o envio de uma cobra de Minas Gerais para Rio Preto, em São Paulo.       Em suma, é imprescindível encontrar formas de amenizar a problemática. Ao Governo Federal cabe investir nos postos de guardas florestais, tornando o cargo mais atrativo, com melhores salários, períodos de férias e auxílio rápido da polícia em caso de denúncia para que o processo do tráfico seja evitado antes mesmo de começar. Além disso, é dever das escolas em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente montar palestras que ensinem, com o auxílio de biólogos e sociólogos, em momentos de estágio, a importância de cada ser no universo, para desconstruir, ainda na infância, essa ideia de que as outras espécies são inferiores nossa.