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Enviada em: 20/09/2017

O Brasil é o país que detém a maior biodiversidade de fauna e flora do mundo. Tal posição de destaque, no entanto, gerou a ideia de uma riqueza de recursos naturais abundante e inesgotável. Nesse sentido, devido a exploração continua do meio ambiente, principalmente com o comércio ilegal de animais, a fauna silvestre encontra-se ameaçada. Nesse viés,  percebe-se que tanto aspectos culturais quanto uma legislação branda dificulta o combate dessa prática.            Em primeira análise, a herança cultural herdada dos índios pela população brasileira, faz com que a mesma possua o forte hábito de criar animais silvestres como de estimação. Nesse sentido, muitas pessoas não percebem que o tráfico desses animais, além de um desrespeito a lei, se configura em crueldade e devastação da natureza. Isso porque, no processo de comercialização, desde a captura até o transporte, muitos animais são mortos ou sofrem maus tratos. É comum, por exemplo, os animais serem anestesiados e embalados em tubos plásticos para não despertarem  a atenção da fiscalização, e em pouco tempo acabam morrendo. Dessa forma, a manutenção desses animais por hábito cultural, representa um grande volume do comércio da fauna brasileira.       Ademais, a frágil legislação brasileira gera impunidade e perpetua um desprezo pelo bem estar dos animais. Isso porque, mesmo após o comercio predatório e indiscriminado da fauna silvestre ter se tornado ilegal em 1967, essa lei não cumpre seu papel. Além das fiscalizações serem escassas ou ineficientes, não há prisões, apenas pagamento de multas para os traficantes de animais. Segundo Mariângela Freitas de Almeida e Souza, médica-veterinária, a legislação brasileira está atrasada, pois ainda identifica os animais como “coisas” ou “bens”. Dessa forma, percebe-se que isso contribui para que sejam vistos como mercadorias e tratados de maneira desrespeitosa, visando apenas fins lucrativos.       Portanto, fica claro que mudanças de comportamento e um endurecimento das leis é primordial para conter o comércio ilegal de animais silvestres. Nesse viés, faz-se necessário que o governo aumente os recursos destinados aos centros de fiscalização, e principalmente torne a lei mais severa com penalidades mais rígidas, com o intuito de coibir essa prática e até mesmo como forma de motivar a atuação dos fiscais. Além disso, a mídia deve ampliar campanhas de conscientização para desconstruir os hábitos de muitos brasileiros de manter animais silvestres em cativeiro, mostrando por meio de propagandas os sofrimentos impostos aos animais, com o intuito de sensibilizar o quanto são responsáveis pela morte de muitos deles. Assim, será possível evitar que nossa biodiversidade seja roubada aos poucos.