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Enviada em: 19/10/2017

A frase de um sobrevivente do Holocausto "Para os animais, todos somos nazistas", é uma das que melhor define as consequências do sentimento de superioridade do homem para com outras espécies. A partir de ideias antropocentristas, a raça humana percebeu sua avançada capacidade interpretativa e passou a utilizá-la para justificar suas dominações. Um dos exemplos mais brutais disso é o tráfico ilegal de animais silvestres, responsável pelos maus tratos e extinção de muitas raças, o que é tangente à gradativa perda da biodiversidade, principamente brasileira.   De acordo com dados do site Portal da Biodiversidade, o Brasil é o país com maior diversidade de espécies do mundo. Boa parte disso se deve à floresta amazônica, cujo mais da metade do território se encontra no país. Porém, pela riqueza natural, a floresta é um dos maiores alvos dos traficantes de animais, que são capturados em massa e vendidos, geralmente no exterior, por um alto preço. A exportação é considerada muito preocupante pois a inserção de raças em locais exóticos pode prejudicar não só aos animais, desadaptados ao novo habitat, como também aos biomas para os quais são destinados, desadaptados aos novos nichos ecológicos.    Além disso, segundo o Ministério do Meio Ambiente, 1 em cada 5 animais morrem durante o transporte ilegal, e muitos deles ficam aprisionados em situações precárias em pontos turísticos da Amazônia, como atração para visitantes. A soma desses aspectos devastadores fortalecem a ação dos órgãos federais, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, encarregados da conservação e fiscalização do patrimônio natural brasileiro.   No entanto, apesar da dedicação dos orgãos citados em não apenas combater o contrabando que envolve o meio ambiente, com a ajuda da polícia ambiental, mas também em divulgar as informações relativas ao combate, que incluem a lista de espécies ameaçadas e áreas protegidas, os índices de ilegalidade ainda são considerados absurdos. A dificuldade de inversão dessa realidade vai de encontro com a conclusão platônica de que o homem é também um animal selvagem, porém indomável.   Em síntese, pelo impacto em cadeia causado por essa atividade, a busca por medidas amenizatórias se faz indispensável. A partir disso, é recomendado que se crie uma instituição chefiada por ONG's como Associação Bicho da Mata, Greeanpeace, SOS Fauna e WWF Brasil que seja baseada no trabalho voluntário da população, e que atue diretamente nas zonas de risco do tráfico. A medida deve buscar investimento e membros através de redes sociais e campanhas, que divulguem sua essêncialidade e o nascimento de um sentimento afetivo entre sociedade e meio ambiente.