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Enviada em: 15/04/2018

A biodiversidade brasileira sempre foi motivo de admiração. Em 1832, por exemplo, Charles Darwin, naturalista inglês, se impressionou com a variedade de espécies em locais como Fernando de Noronha. Hoje, porém, o comércio de animais silvestres tem ameaçado essa heterogeneidade biológica. Diante disso, é necessário avaliar o impacto da mídia e das leis atuais para que a solução seja encontrada.     Primeiramente, é importante ressaltar que a falta de informação impede que a gravidade do tráfico de animais seja percebida. De acordo com pesquisas no âmbito da neurociência, o cérebro humano prioriza as questões com maior frequência no cotidiano. Nesse sentido, a atenção exclusiva da mídia em temas como o tráfico de drogas e armas –inegavelmente relevante– impede que a gravidade do comércio ilegal de animais silvestres seja notada. Em razão disso, o crime contra a vida selvagem é mantido pelo financiamento de pessoas que não enxergam os efeitos negativos.     Atrelada a essa questão de falta de conhecimento, a qualidade das leis merecem atenção. Dados da ONU demonstram que, desde 1996, o tráfico de animais foi utilizado para financiar cerca de 18 grupos terroristas no mundo. Esses desdobramentos, muitas vezes obscuros, são pouco considerados pela atual Legislação brasileira, que aplica pena de, no máximo, um ano para os envolvidos no comércio. Como resultado, os riscos de tal investimento ilícito passam a ser toleráveis e o crime é preservado.     Torna-se evidente, portanto, que o problema do tráfico de animais silvestres deve ser enfrentado. Com isso em mente, a mídia deve abrir espaço para a discussão desse tema, expondo, através de reportagens e documentários, as consequências desse crime. Assim, a consciência de cada indivíduo será atraída para essa matéria e o seu financiamento diminuirá. Paralelamente, o governo deve, mediante o Legislativo, tornar as armas jurídicas mais severas para que esse ato ilícito seja coibido. Apenas assim, a questão será, efetivamente, solucionada.