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Enviada em: 25/04/2018

Na historiografia colonial brasileira, pode-se perceber que uma contundente herança desse período consiste no modelo de família patriarcal, caracterizada majoritariamente pela figura central masculina, além de embasar a formação social do país. Entretanto, com o passar das décadas, o conceito de família modificou-se e, no limiar hodierno, apresenta-se como subjetivo e socioafetivo mediante divergentes configurações familiares. Sendo assim, entre os fatores para tal mudança conceitual destaca-se o ingresso da mulher no mercado de trabalho e o fortalecimento do movimento LGBT.         Sob tal ótica, o movimento feminista, cujo objetivo equivale a uma sociedade sem hierarquia de gênero, iniciou no século XIX a luta pelo direito feminino ao trabalho sem autorização do marido. Tal reivindicação foi concedido no Brasil pela Constituição de 1988 e, desde então, o ingresso da mulher no trabalho observa-se crescente. Como efeito, nota-se a redução do número de filhos, a ascendente intenção feminina de realização profissional e independência, bem como a desmistificação do ideal romântico materno, o que acarretou na modificação da estrutura familiar contemporânea, onde há pais solteiros, casais sem filhos ou, ainda, mães solteiras.        Por conseguinte, na década de 1990 o movimento LGBT ganhou visibilidade ao lutar com mais afinco pelos direitos dos homossexuais e transexuais Dessa forma, associado ao contexto mundial de quebra de paradigmas, os casais homoafetivos buscam meios  de formarem suas próprias famílias, fato que tange a intolerância e o preconceito enraizados na sociedade brasileira. Segundo a vertente do Utilitarismo, defendida pelo filósofo John Stuart Mill, a população deve permitir que os indivíduos sejam livres para alcançarem a felicidade e a realização pessoal, de forma que haja produção do máximo bem-estar para o máximo de pessoas possível. Todavia, é notória a ausência do utilitarismo no Brasil.        Infere-se, portanto, que a problemática apresentada deve ser solucionada. Assim, cabe ao Ministério da Educação implementar em escolas e universidades, públicas e particulares, projetos, debates, aulas de campo e aulas interativas - inclusive entre os próprios alunos - que visem o contato de crianças e jovens com pessoas inseridas em diversas configurações familiares, sobretudo as oriundas de relações homoafetivas, a fim de estimular desde a infância a tolerância a o respeito mútuo às divergências, produzindo o máximo bem estar social. Desse modo, a contundente herança patriarcal dará lugar progressivamente ao senso ideológico do utilitarismo.