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Enviada em: 07/06/2018

Novos retratos da composição familiar    As novas configurações de família são uma das transformações históricas mais desafiadoras na sociedade atual. Antigamente, o conceito de família era definido como um grupo de pessoas que compartilhavam certo grau de parentesco, sendo composta pela união entre um homem e uma mulher e seus filhos. Contudo, devido a determinados processos, essa condição modificou-se e hoje existem diferentes tipos familiares, os quais podem ser formados por indivíduos com classes sociais antagônicas ou ainda por aqueles que são do mesmo sexo.    Em continuidade ao tema em questão, sob a perspectiva histórica, é importante dizer que até o final do século XVIII os casamentos não eram baseados em afeto, mas sim em questões religiosas, políticas e econômicas das famílias envolvidas. Não obstante, o sistema social mais aceito era o patriarcado, tendo a figura do pai como autoridade máxima de liderança política, social e moral, sendo umas das visões ainda vigentes nos dias atuais e que em contraste à Constituição de 1988 faz-se contra o pluralismo pregado pela mesma.    Ademais, em relação às possíveis causas dos novos arranjos familiares destacam-se os movimentos culturais e a progressiva inserção da mulher no mercado de trabalho, ambos com o objetivo de fortalecerem a liberdade individual e coletiva e de quebrarem os padrões impostos pelo meio social. Também nota-se, por parte das mulheres, a posição de chefes em algumas famílias e interesses voltados a atividades que garantam estabilidade financeira, algo que antes se limitava aos homens. Um exemplo que evidencia tal situação é a queda da taxa de fecundidade e o elevado número de mulheres ocupando vagas universitárias.   Em virtude dos argumentos apresentados, conclui-se que os novos retratos familiares expressam uma nova fase de liberdade de escolha e diversificação dos laços afetivos, mesmo que esta ainda enfrente ações de intolerância. Assim, cabe ao Governo Federal em conjunto à mídia e às instituições educacionais desenvolver campanhas contra o preconceito, com o intuito de ultrapassar o senso comum e fornecer conhecimentos aprofundados sobre o assunto. Além disso, são essenciais projetos estudantis que incluam os alunos advindos de famílias diferentes e que garantam a interação destes com os demais, a fim de renascer o respeito mútuo e a tolerância social.